A "segunda sem carne” é uma campanha realizada pela Sociedade Vegetariana no Brasil há mais de uma década, mas que vem ganhando mais visibilidade nos últimos anos. De acordo com dados da instituição, quando uma pessoa abre mão de consumir produtos de origem animal em um dia da semana, ela deixa de emitir 14kg de gás carbônico na atmosfera e economiza 3,4 mil litros de água. A estratégia é recomendada por especialistas e pode ter impactos positivos para a saúde.
De acordo com a nutricionista Carolina Oliveira, muitas pessoas começam a transição para o vegetarianismo através da "segunda sem carne". A campanha ajuda a trazer mais informações sobre uma dieta baseada em plantas, e as pessoas têm ficado mais receptivas a reduzir e a cortar o consumo de produtos de origem animal.
— A gente não precisa consumir proteína de origem animal. É possível ter uma alimentação balanceada, com orientação de um profissional, apenas com uma alimentação de origem vegetal — afirma Carolina, que é adepta do vegetarianismo.
Como substituir a proteína animal pela vegetal?
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o consumo de proteína recomendado por dia deve ser de 0.8 a 1.5g por quilo de peso de uma pessoa. No entanto, não há nenhuma orientação para que esse consumo seja através de produtos de origem animal. A nutricionista explica que a diminuição do consumo de alimentos de origem animal pode significar um menor risco de doenças cardiovasculares e de resistência à insulina. Ela também dá dicas para quem planeja entrar na onda da "segunda sem carne":
As leguminosas, como o feijão, o grão de bico e a lentilha, são consideradas a principal substituição da proteína de origem animal. Outras opções de alimentos ricos em proteína são soja, trigo sarraceno, quinoa, sementes e oleaginosas, como castanhas e amendoim. A nutricionista Luane Magnago explica os impactos positivos para a saúde:
— Quando se troca alimentos de origem animal por vegetal, geralmente está se adicionando mais fibras, mais nutrientes, e aí pode ter um impacto na saúde. Há estudos que apontam que o consumo excessivo da carne vermelha e das carnes processadas, especialmente, tem um grande impacto inflamatório no organismo, o que pode aumentar a chance de desenvolver diversas doenças.
Quem pode fazer a "segunda sem carne"?
Luane explica que não há nenhuma condição de saúde que seja restritiva, mas que é necessário o acompanhamento de um profissional. Ela explica que, por diminuir o impacto inflamatório no organismo, a dieta baseada em plantas pode ser até mais recomendada para quem sofre com outras condições. A mudança, porém, deve ser feita com cuidado.
— Quem tem doenças associadas não pode fazer essa troca sem orientação, se não essas pessoas podem ter um baixo consumo proteico e prejudicar outras questões. É preciso uma orientação de quanto ela vai substituir e de como fazer isso, quais combinações podem ser feitas — finaliza.