A maioria das escovas de dente disponíveis no mercado brasileiro não atendem às características necessárias para uma escovação segura. É o que aponta uma pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP). Segundo o estudo, mais de 82% dos itens analisado têm cerdas - os filamentos de nylon presentes no topo da escova - que não atendem às normas brasileiras para esses produtos.
Em comunicado, Sônia Pestana, pesquisadora do Centro Colaborador do Ministério da Saúde em Vigilância da Saúde Bucal (CECOL), ligado à FSP-USP, e responsável pela pesquisa, explica que as cerdas “são afiadas quando deveriam ser arredondadas para não representar riscos à saúde dos usuários”.
O trabalho analisou 345 modelos de escovas compradas em 26 municípios de diversas regiões do Estado de São Paulo. Desse total, 285 (82,16%) foram consideradas inadequadas para uso. Sônia explica que as pontas incorretas das cerdas “produzem micro ferimentos na gengiva e desgastes no esmalte do dente, o que representa risco para a saúde e um descumprimento das normas vigentes”.
Ela destaca, porém, que é difícil o consumidor identificar o problema. “A olho nu, é praticamente impossível averiguar o acabamento das cerdas, e o consumidor acaba ficando à mercê da honestidade do fabricante”.
Por isso, a pesquisadora enfatiza a importância da atuação das instituições públicas e dos órgãos de defesa do consumidor para exigir o atendimento das normas e dos requisitos técnicos necessários.