Mais um estudo, entre muitos, que reafirma os riscos dos ultraprocessados para a saúde humana.
A pesquisa foi desenvolvida pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) e pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Uiversidade de São Paulo (FMUSP), utilizando os dados do European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition (EPIC), um projeto gigantesco que acompanhou 521.324 pessoas entre 18 de março de 1991 e 2 de julho de 2001, em dez países europeus. A publicação do grupo brasileiro saiu na revista científica Lancet Planetary Health, dia 6/3, e evidenciou a associação entre o consumo de ultraprocessados e o risco de desenvolvimento de diversos tipos de câncer.
Cerca de 10% dos 450.111 participantes analisados apresentou algum tipo de câncer. Através de cálculos estatísticos, o estudo mostrou que a substituição de apenas 10% de alimentos ultraprocessados por uma mesma quantidade de alimentos naturais ou minimamente processados, foi associada a uma redução significativa no risco de câncer em geral e especificamente para câncer de cabeça e pescoço, esôfago, cólon e reto, fígado e mama.
Um outro estudo baseado no EPIC mostrou que o consumo de frutas e vegetais protege contra o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, como os de cólon, mama, pulmão e próstata.
Mais uma vez, um esforço mínimo de trocar o refrigerante por água geladinha (que pode ser saborizada com frutas), o macarrão instantâneo pelo de verdade, o salgadinho do lanche por um sanduíche, o biscoito recheado por um bolinho caseiro saudável, o hambúrguer com batata frita por um prato de arroz com feijão, é um investimento que rende enormemente para a saúde de crianças e adultos. Gera bem estar no curto prazo, e no longo, vai reduzir o risco não só de câncer, mas de infarto, derrame, depressão e outras. E a alimentação saudável pode ser prazerosa também.