Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão sábado, 25 de janeiro de 2020

SÃO PAULO: EXEMPLO PARA O BRASIL

 

Exemplo para o Brasil

A cidade de São Paulo, que completa 466 anos, é um farol a indicar nosso melhor destino, e também é o livro do tombo de nossas mais renitentes mazelas

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

25 de janeiro de 2020 | 03h00

É em São Paulo que estão as maiores comunidades de italianos, japoneses e portugueses fora de seus países. A cidade é o que é hoje, em boa medida, pela contribuição riquíssima dada por esses imigrantes. A convivência pacífica e contributiva estabelecida entre paulistanos de nascença e de afeto transmite ao mundo um luminoso sinal de união e acolhimento no momento em que variadas nações têm de lidar com o recrudescimento dos episódios de intolerância e xenofobia.

Fora os estrangeiros, para São Paulo também afluem centenas de milhares de brasileiros vindos de outros Estados em busca de melhor qualidade de vida. Não raro a encontram, a despeito dos problemas que, como toda megalópole, aqui também podem ser observados, como as deficiências no transporte público, a violência urbana, entre outros. Mas ao sopesar os prós e os contras, o saldo ainda é muito positivo para a cidade de São Paulo.

 Um contingente desses, maior do que a população de países como Uruguai, Bolívia, Portugal, Bélgica ou Suécia, é atraído pelas oportunidades que não se oferecem a não ser em São Paulo. A cidade é tida como um dos mais importantes centros culturais, mercantis e financeiros da América Latina. Isso se traduz em melhores oportunidades de emprego, melhor remuneração, mais acesso a serviços públicos e a bens culturais. Mas, dada sua pujança, São Paulo retrata como nenhuma outra cidade brasileira os mais perversos contrastes da desigualdade que há séculos nos mantém aferrados ao atraso.

Um relatório elaborado no final do ano passado pela ONG Rede Nossa São Paulo expôs essas fraturas. Um de seus principais achados foi a relação estabelecida entre a desigualdade econômica e a desigualdade racial. Os distritos mais pobres da capital paulista concentram o maior porcentual da população de pretos e pardos. A maior taxa de emprego formal por dez habitantes participantes da População em Idade Ativa (PIA) que consta do Mapa da Desigualdade é a do distrito da Barra Funda (59,24%). Já o porcentual de pretos e pardos moradores do distrito da zona oeste é de apenas 15,71%. Em Jardim Ângela, distrito da zona sul, 60,11% dos moradores são pretos ou pardos e apenas 0,5% deles têm empregos formais (ver editorial Várias cidades em uma só, publicado em 13/11/2019).

Há pouco a ONG Rede Nossa São Paulo divulgou nova pesquisa Viver em São Paulo, que anualmente mede a qualidade de vida e a percepção de bem-estar dos paulistanos. Não houve mudança significativa no grau de satisfação dos paulistanos com a cidade. Em 2019, a nota, que vai de 0 a 10, ficou em 6,5 (em 2018 foi 6,3). É digno de registro, no entanto, o aumento de 5 pontos porcentuais – de 15% em 2018 para 20% no ano passado – do número de paulistanos que atribuíram notas 9 e 10 para a experiência de viver em São Paulo. Destes, 31% pertencem às classes D e E, um indicativo de que políticas públicas voltadas para os segmentos mais carentes da população têm sido bem percebidas por uma parcela significativa deles.

A pesquisa também mostrou que a esmagadora maioria dos paulistanos (79%) continua se orgulhando de sua cidade. Mas o número caiu 6% em relação ao sentimento apurado há dez anos (85%). Capturar as razões que levaram a essa queda e buscar caminhos para reverter essa curva é mais um dos grandes desafios que pairam sobre a mesa dos que se põem a serviço da administração da maior e mais complexa cidade brasileira.

São Paulo é um exemplo para o Brasil. É um farol a indicar nosso melhor destino, e também é o livro do tombo de nossas mais renitentes mazelas.

A cidade de São Paulo completa hoje 466 anos de fundação profundamente marcada pelos efeitos de seu gigantismo. No planalto seguro, de terra fértil e águas abundantes, que fora encontrado pelos jesuítas que subiram a Serra do Mar à procura do lugar ideal para estabelecer o colégio que serviria de núcleo do processo de evangelização dos índios na metade do século 16, cresceu a 10.ª cidade mais populosa do planeta, com 12,2 milhões de habitantes, milhares deles oriundos de mais de 150 países.

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