Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo terça, 23 de junho de 2020

SÃO JOÃO NA REDE

 

São João na Rede: festival quer ajudar forró a respirar em ano sem festas juninas

Tradicional e brasileiríssimo, gênero que depende da aglomeração e dança vê seus artistas sofrendo com a pandemia
 
 
Apresentação musical no festival São João na Rede Foto: Reprodução
Apresentação musical no festival São João na Rede Foto: Reprodução
 
 

RIO — A temporada de festas de São João é um marco na economia cultural do país. A título de exemplo, apenas a cidade paraibana de Campina Grande, um dos grandes polos de festejos juninos do Brasil, movimenta cerca de R$ 200 milhões todos os anos. Menos em 2020. A pandemia de coronavírus atingiu em cheio uma tradição que tem como condição sine qua non o contato, a troca de calor, a aglomeração. E causou prejuízos ainda inestimáveis para milhares de profissionais que têm nos meses de junho e julho uma renda essencial para a sobrevivência.

É pensando neles e na valorização do forró enquanto patrimônio imaterial brasileiro que desde o dia 12 é realizado o festival São João na Rede, uma iniciativa conjunta entre o Fórum Nacional Forró de Raiz, a Associação Cultural Balaio Nordeste e a Associação Respeita Januário, sem patrocínios ou grandes marcas engajadas.

Os festejos virtuais no YouTube e Instagram seguem até domingo, e a programação, que pode ser consultada nas redes sociais do evento, vira uma maratona diária nesta semana em que se comemora o Dia de São João (24/6). Além de apresentações musicais à noite, o evento conta ainda com exibição de filmes, documentários, leituras de poesias oficinas e bate-papos abordando esse universo tão brasileiro. Com estrutura limitada e colaborativa, grande parte da programação é gravada, e dividida entre materiais inéditos e históricos.

Foco nos menos conhecidos

Nomes grandes fizeram participações especiais no projeto, como Gilberto Gil (que gravou o vídeo de apresentação do festival), Elba Ramalho, Lucy Alves, Hermeto Pascoal e Moyseis Marques, mas o foco não é neles, e sim em proletários da música, como Mará dos 8 Baixos, Sabiá da Flauta, Severo do Acordeon, Gereba Barreto Banda Menina Bonita, João Sereno, entre tantos outros — foram mais de 200 artistas envolvidos.

 
— A crise causada pela pandemia é ainda pior para artistas do forró, forrozeiros. É uma manifestação que exige o aspecto comunitário, participativo do público. Não se concebe um show de forró para ninguém dançar, só para ouvir passivamente. A dança talvez seja o elemento mais importante. — lembra o músico e professor universitário pernambucano Climério Oliveira Santos, idealizador do festival e um dos coordenadores do Forúm Nacional Forró de Raiz, presente em 14 estados. — Além do mais, muitos artistas não têm qualquer presença digital, diferentemente de artistas da música pop, que conseguem renda através das plataformas e de outras ações e prescindem menos de uma aglomeração. A pandemia causou uma verdadeira devastação para os forrozeiros, alguns não conseguem nem comprar o básico, como comida.

100 dias com cultura: artistas e pesquisadores destacam importância do setor durante pandemia

Por isso, foi criado um fundo solidário destinado a profissionais da cadeia produtiva do forró que estão em situação de vulnerabilidade por causa do distanciamento social. A audiência é estimulada a fazer doações através de uma plataforma on-line de arrecadação. Do montante levantado, 80% serão destinados aos artistas e profissionais cadastrados neste fundo, mediante aprovação dos organizadores, que abriram mão de receber qualquer quantia pelo trabalho voluntário. Os demais 20% cobrem custos de produção e infraestrutura do festival.

 

Pela patrimonialização

Além do lado solidário, o São João na Rede também tem um objetivo declarado de reforçar a tradição do forró de raiz através de seus artistas regionais, e manter acesa a chama dos festejos juninos. Desde 2015, o forró está no processo para ser reconhecido oficialmente como patrimônio cultural brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

— Estamos no processo de pesquisa e produção da documentação etnográfica exigida pelo Iphan. No meio disso tudo, apareceu a pandemia. Teríamos uma pesquisa de campo muito forte nesses meses de junho e julho, que não pôde ser realizada. A expectativa é que haja Sao João de rua no ano que vem, para apresentarmos o dossiê final no fim de 2021 — atualiza o etnomusicólogo Carlos Sandroni, coordenador do processo.


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