Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quinta, 02 de janeiro de 2020

SANTUÁRIO DOM BOSCO: AJUDA PARA RESTAURAR UM SÍMBOLO DA CIDADE

 


SANTUÁRIO DOM BOSCO
 
Ajuda para restaurar um símbolo da cidade
 
Prestes a completar 50 anos, igreja pede doações da comunidade para reformar os icônicos vitrais azuis, que nunca passaram por reparos. Valor arrecadado até agora está longe dos R$ 7 milhões necessários para começar a obra

 

» CAROLINE CINTRA

Publicação: 02/01/2020 04:00

Inaugurado em 23 de maio de 1970, santuário foi eleito uma das sete maravilhas de Brasília em 2008 e incluído pelo GDF na rota turística da capital (Fotos: Ed Alves/CB/D.A Press)  

Inaugurado em 23 de maio de 1970, santuário foi eleito uma das sete maravilhas de Brasília em 2008 e incluído pelo GDF na rota turística da capital

 



Uma imensidão azul abraça os visitantes que adentram o Santuário Dom Bosco, na 702 Sul. A beleza, que toca mesmo aqueles que não são religiosos, fez do local um dos principais monumentos de Brasília. Prestes a completar 50 anos, em 23 de maio, a igreja — cujo nome oficial é Santuário São João Bosco — pode começar a primeira restauração dos famosos vitrais azuis em 2020. A congregação salesiana do templo lançou uma campanha, em junho do ano passado, em busca de apoio financeiro para realizar a reforma, nunca feita desde a inauguração, em 1970. No entanto, o montante arrecadado até agora não foi suficiente para iniciar a obra, com valor estimado em R$ 7 milhões.

Cerca de 20% dos vitrais estão danificados e precisam ser substituídos. Os outros 80% devem passar por restauro, limpeza e reparo nos rejuntes. “Por causa do clima seco de Brasília e do passar dos anos, as peças do santuário têm caído e a estrutura de ferro está comprometida. Agora, a gente conta com a comunidade para conseguir realizar essa reforma, porque se trata de um trabalho com custo bem alto”, diz o reitor da paróquia, padre Jonathan Costa.

Desde a inauguração do Santuário Dom Bosco pouco foi feito nos vitrais. Quando caídos, foram substituídos por pedaços de acrílico de outras cores. “Quando a pessoa entra e olha o conjunto não percebe as peças com outra tonalidade, nem as rachaduras e os vidros quebrados. Depois de algum tempo, conseguem ver os detalhes. Tem pedaços que caíram e refizemos como deu, mas não fica igual”, conta o pároco.

Vitrais azuis foram produzidos pelo artista belga Hubert Van Doorne  

Vitrais azuis foram produzidos pelo artista belga Hubert Van Doorne

 


Para a restauração, parte dos vidros quebrados será reutilizada e os rejuntes de chumbo precisarão ser derretidos e refeitos com o mesmo material que há nas paredes do templo. Os ferros de sustentação devem ser trocados. Devido ao desgaste, eles podem apresentar riscos se mantidos por muito mais tempo. Para que as peças tenham maior durabilidade, a ideia é colocar proteção de vidro na parte inferior dos vitrais. “Muitas pessoas colocam o pé nos vitrais durante as missas e, com o peso, acabam quebrando”, destaca o padre.

Outra medida que deve ser tomada para conservar as novas peças é a retirada dos jardins externos, próximo às paredes com vitrais. O intuito, de acordo com o pároco, é diminuir a umidade gerada pelo ambiente, um dos motivos do desgaste do material. O espaço será cimentado.

Cerca de 20% dos vitrais estão danificados e devem ser substituídos (Caroline Cintra/CB/D.A Press)  

Cerca de 20% dos vitrais estão danificados e devem ser substituídos

 


Custo alto

A paróquia fez orçamentos com algumas empresas e os valores das obras variam de R$ 5 milhões a R$ 7 milhões. Desde que a campanha começou, pouco foi arrecadado. Todo a quantia levantada foi usada para as despesas básicas do santuário, como o pagamento de contas de água e energia. “Ainda não conseguimos uma doação extraordinária. Tudo o que entra sai para cobrir essas despesas. A visão das pessoas é de que o santuário tem muito dinheiro, mas as despesas são altas e poucas pessoas ajudam a manter”, afirma o reitor.

Ele lembra do desastre na Catedral de Notre-Dame, em Paris, na França, em abril deste ano. “Infelizmente, as pessoas só se sensibilizam depois que acontece alguma coisa. Se o santuário fechar, vai virar notícia. Como aconteceu com a Notre-Dame. Há anos precisando de uma manutenção, aí pega fogo e agora ganha até a mais. Ou seja, a gente precisa pensar em catástrofe para poder ajudar e colaborar”, declara.

Para ajudar, os doadores podem fazer transferência bancária ou entrar em contato com o administrativo do santuário por telefone ou e-mail (Veja Como ajudar). A partir do meio de janeiro, será disponibilizado um formulário no qual os voluntários poderão solicitar um boleto bancário.

Reitor da paróquia, Jonathan Costa diz esperar o apoio da população  

Reitor da paróquia, Jonathan Costa diz esperar o apoio da população

 


Eleito uma das sete maravilhas de Brasília, em 2008, pelo Bureau Internacional de Capitais Culturais (IBOCC), entidade sediada em Barcelona (Espanha), o Santuário Dom Bosco foi inaugurado em 23 de maio de 1970. Com o título, o local foi incluído pelo Governo do Distrito Federal na rota turística de Brasília. Na lista ainda estão a Catedral Metropolitana de Brasília, o Congresso Nacional, o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto, o Templo da Boa Vontade e a Ponte JK.

Mensalmente, cerca de 4 mil turistas passam pela paróquia e, pelo menos, 15 mil pessoas são atendidas na eucaristia. Gerente administrativa da loja de souvenir da paróquia há cinco anos, Roniane Kelly de Sousa, 33 anos, lembra da primeira vez que entrou na igreja. “No primeiro momento a gente vê a beleza, depois percebe os danos. Os problemas ambientais maltrataram muito. E é necessário voltarmos os olhos para essa joia de Brasília”, afirma. Desde que começou a trabalhar no santuário, ela lembra de momentos marcantes. “Vi pessoas se emocionarem só de entrar aqui. Elas não sabem explicar a sensação de pureza que aquieta a alma. Precisamos resgatar esse espaço”, ressalta.

Em Brasília pela primeira vez, o sociólogo Francisco de Sales, 64, encantou-se com o santuário. Ele vai ficar na capital por 10 dias e fez questão de visitar todos os pontos turísticos. Ao entrar no templo, percebeu o desgaste dos vitrais. “É tudo muito bonito e aconchegante, mas a gente vê a necessidade. São 50 anos sem uma restauração, é muito tempo. Espero voltar para cá um dia e estar tudo lindo e restaurado”, pontua o turista.

Construção do santuário começou em 1963. Projeto é do arquiteto mineiro Carlos Alberto Naves (ArquivoCB/D.A Press - 17/5/79)  

Construção do santuário começou em 1963. Projeto é do arquiteto mineiro Carlos Alberto Naves

 


História

A construção do santuário está ligada ao nascimento da nova capital. Por iniciativa da Congregação Salesiana, as obras iniciaram em 2 de junho de 1963. O projeto é de autoria do arquiteto mineiro Carlos Alberto Naves e os vitrais assinados por Hubert Van Doorne (Veja Para Saber Mais). Ao todo, a edificação tem 80 colunas de 16 metros e é decorada pelos vitrais com 12 tonalidades de azul. No interior, um lustre, composto de 9 mil elementos de vidro brilhante e 3,5 metros de altura, chama a atenção dos visitantes. Nas portas há quadros em alto-relevo gravados em bronze.

Além disso, ainda há uma estátua em tamanho real de Dom Bosco com um pedaço de osso do braço direito do santo, uma relíquia, trazida em 2017 da Itália. A escultura fica no subsolo do templo. “Desde a chegada dessa relíquia, temos um fluxo maior de pessoas. Diante disso, a manutenção se faz ainda mais necessária”, arremata o padre Jonathan.


Incêndio
Um incêndio de grandes proporções atingiu a Catedral de Notre-Dame em 15 de abril de 2019. As chamas destruíram grande parte da edificação, que fica no centro da capital francesa e é rodeada pelo Rio Sena. O fogo atingiu toda a estrutura do telhado, considerado por pesquisadores uma obra de arte, com mais de oito séculos de existência. Ninguém ficou ferido.


Para saber mais

Da Bélgica para o Brasil

Nascido em 1914, o vidraceiro belga Hubert Van Doorne viveu no Brasil, em São Paulo, por muitos anos. Fez parte de um coletivo de artistas belgas radicados na capital paulista. Além dos vitrais do santuário Dom Bosco, ele assina os vidros coloridos da igreja Nossa Senhora de Fátima, em Goiânia.


Como ajudar

A colaboração financeira para a campanha de restauração dos vitrais do Santuário São João Bosco pode ser feita por transferência bancária

Banco do Brasil
  • Agência: 1230-0
  • Conta: 425.553-4
O colaborador também pode entrar em contato pelo telefone 3323-5562 ou pelo e-mail santuariosjbdf@salesiano.br.
 
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