Nas seis escolas de samba que voltam para a Marquês de Sapucaí no Sábado das Campeãs, neste final de semana, as rainhas de bateria são um show à parte. Algumas são estreantes no posto e, outra, já carrega esse título de monarca há dez anos. Suas idades variam de 16 a 42 anos.
Veja abaixo a lista com as seis rainhas que desfilarão novamente neste sábado, da campeã até a sexta colocada:
Maria Mariá (Imperatriz Leopoldinense)
Maria Mariá, rainha de bateria da Imperatriz — Foto: Divulgação/Riotur/Alex Ferro
Estreante na Avenida no posto de rainha de bateria da Imperatriz Leopoldinense, Maria Mariá, de 20 anos, recebeu conselhos do carnavalesco Leandro Lima poucos minutos antes de pisar na Avenida, fazendo assim sua estreia, que, com o campeonato da escola, é mais do que pé quente.
— Eu disse a ela para se divertir, se encantar, realizar o sonho dela, só viver aquilo, sem pressão — contou ele antes de fazer também sua estreia no grupo especial com a agremiação (ele foi campeão com a escola na série ouro e era o titular da mangueira no Especial).
Uma das rainhas que dominaram o carnaval no Rio este ano, Maria disse que não sentiu o peso de substituir a cantora Iza.
— Não sinto o peso de não ser famosa. Tenho muito respeito por esse posto, pela minha comunidade e por esse lugar — garante ela.
Erika Januza (Unidos do Viradouro)
A rainha de bateria da Viradouro, Erika Januza — Foto: Domingos Peixoto
Em seu segundo ano à frente da bateria da Unidos do Viradouro, Erika Januza, de 37 anos, veio com uma fantasia prateada e com lentes que deixaram seus olhos amarelos. A atriz misturou samba no pé com interpretação ao homenagear "Rosa Maria Egipcíaca", ou Rosa Courana, considerada a primeira mulher negra a escrever um livro no Brasil.
— Que alegria estar com a Viradouro trazendo luz para a história de Rosa Maria, a primeira mulher negra a escrever um livro no Brasil. Tanta gente não sabia disso, inclusive eu. Feliz demais das pessoas estarem a conhecendo. E que ela vá para os livros, porque realmente faz parte da nossa história — disse Erika, em entrevista à TV Globo minutos antes do desfile começar.
Sabrina Sato (Vila Isabel)
A rainha de bateria da Vila, Sabrina Sato — Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo
Sabrina Sato, de 42 anos, passou como um furacão pela Marquês de Sapucaí, à frente da bateria da Vila Isabel no segundo dia de desfiles do grupo especial do carnaval do Rio. Com uma fantasia repleta de flores e muito colorida, a apresentadora chamou a atenção dos amigos famosos, como Anitta, Larissa Manoela e Lexa.
"Eu vou procurar palavras pra descrever e volto .... passada", disparou Anitta. "Nunca vi nada igual em toda minha vida, eu to passada. Pouco depois, ainda nos comentários, ela escreveu: "CA-RA-LHOOOOOO".
O enredo da Vila Isabel foi desenvolvido pelo carnavalesco Paulo Barros. Em "Nessa festa eu levo fé", misturam-se a alegria e as festividades que têm ligação com a religiosidade, como o próprio carnaval, bem como festas típicas Brasil afora, ou até internacionais. Sabrina explicou para os seus seguidores o conceito da fantasia, dizendo que as flores são a demonstração máxima da beleza da natureza, simbolizando a fertilidade e a vida.
"Iluminadas pelo sol e nutridas pelo solo, são o mais lindo presente de Deus a renascer gloriosamente toda primavera. Hoje minha fantasia homenageia as flores das festas caipiras, dos mais lindos e tradicionais rituais brasileiros. Vamos pedir, agradecer e celebrar! Viva nossa @unidosdevilaisabel! 🌺🌸🌷🌼💐", escreveu Sabrina.
Lorena Raissa (Beija-Flor de Nilópolis)
Lorena Raíssa, 16 anos, estreia como rainha de bateria da Beija-Flor — Foto: Domingos Peixoto
Vice-campeã em 2022, a Beija-Flor de Nilópolis promoveu algumas mudanças em sua equipe para este ano. A rainha de bateria Raíssa Oliveira, detentora de oito títulos em 20 anos de escola, deu lugar à jovem Lorena Raissa, de 16 anos, eleita em um concurso que teve no juri nomes como a própria Raíssa, além de outras majestades, como Sônia Capeta e Neide Tamborim.
Quando foi eleita como rainha de bateria da escola de samba, Lorena compartilhou em seu perfil no Instagram: “'Essa bateria tocava para você antes mesmo de você nascer'. O sonho se tornou realidade!"
Evelyn Bastos (Mangueira)
Evelyn Bastos durante desfile, na madrugada de segunda, à frente da bateria da Mangueira — Foto: Mauro Pimentel / AFP
À frente da bateria da Mangueira há dez anos, Evelyn Bastos, de 29 anos, ganhou, na manhã desta Quarta-Feira de Cinzas, o destaque do público do Estandarte de Ouro, com 57,37% dos votos. Cria da comunidade, a sambista representou, no desfile na Marquês de Sapucaí, Oxum, orixá das águas doces e da fertilidade. A fantasia dourada trouxe elementos que remetem à divindade, como o abebé — espelho utilizado por Oxum e Iemanjá — e o filá, adorno usado pelos orixás femininos.
— Ganhar o Estandarte de Ouro é a realização de um sonho, uma premiação de louvor que representa muito para mim e para toda a comunidade. E, quando vem das mãos do povo, de uma força coletiva, tem um peso ainda maior. Me sinto honrada, presenteada, lisonjeada. Foi um desfile marcante, que fala do ancestral feminino e que trouxe representações impactantes. A Mangueira está em festa, todo mundo com a televisão na rua esperando o resultado — disse Evelyn, ao GLOBO
Paolla Oliveira (Grande Rio)
Paolla Oliveira, rainha de bateria, desfilou com fantasia representando o orixá Ogum — Foto: Domingos Peixoto
Paolla Oliveira, de 40 anos, é rainha de bateria da Grande Rio, campeã do último ano, quando homenageou o orixá Exu. Neste ano, a escola falou sobre vida e obra de Zeca Pagodinho.
A atriz publicou uma notícia sobre ter chorado durante a apresentação e escreveu: "Obrigada a todos que vibraram comigo, me acompanharam na Avenida e postaram. Recebi muito carinho. Me emociono mesmo, é uma explosão de emoções e muita dedicação para fazer uma entrega à altura de vocês e do espetáculo que é o carnaval". Depois, postou um registro ao lado do namorado, o cantor Diogo Nogueira: "Tudo feito com amor é mais legal!".
— Foi lindo demais. A cada ano sinto mais essa energia. E esse em especial tinha algo diferente. Acredito que seja a autoconfiança e a sensação de liberdade renovados pelo o momento que estou vivendo — contou a soberana, que desfilou próxima do namorado Diogo Nogueira, um dos compositores deste ano da Tricolor de Caxias.