Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Coluna do Calixto - Onde Reminiscências, Viagens e Aventuras se Encontram domingo, 29 de setembro de 2019

ROUBO EM STONEHENGE - PARTE II-A (OS CÍRCULOS)

 

ROUBO EM STONEHENGE – PARTE II-A (OS CÍRCULOS)

Compilação por Robson José Calixto)

 

 

 

Como lhe falei, Stonehenge é composto por vários círculos, concêntricos, e foi construído, por etapas, destruído e reconstruído, além de movido de lugar. Durante as várias pesquisas, que incluíram dezenas de escavações, verificou-se que a estrutura foi construída em cinco estágios ao longo de 2.000 anos compreendendo o Neolítico e a Era do Bronze.

 

Estágio I

 

O primeiro estágio consistiu de uma vala circular delimitada por banco no seu interior, com cerca de 100 m de diâmetro, e por um banco externo. Essa estrutura inicial possuía a nordeste uma passagem principal, de onde sai uma avenida, e a sul uma passagem menor, como formas de acesso.

 

Estudos com radio carbono indicaram que nessa etapa, que pode ter durado de 3.000 a 2.935 a.C., a estrutura serviu como lugar de depósito para dezenas de cremações, sendo contemporâneos de outros depósitos de cremação, enterrados em Aubrey Holes, marcados por pedra de arenito azul-acinzentados e assentados na posição vertical.

 

Séries de pequenas valas/furos dispostas na forma de retângulos, no centro do banco interior, para fixação vertical de varas, hastes ou toras de madeira, ou mesmo blocos de pedra, sugerem que comporiam plataformas para escarnação, isto é, retirada da carne no processo de desossamento. Entre mais de 40 ossos humanos não queimados, dois foram datados para o período indicado.

 

O eixo da entrada/passagem, à nordeste, está alinhado como o limite norte da Lua Crescente, em especial na Lua Cheia do Inverno Intermediário/Médio. Todavia esse alinhamento não é preciso, podendo indicar que talvez seus construtores, na ocasião, não tivessem conhecimento astronômico suficiente para tal tarefa ou, ainda, que usasse a posição da lua apenas como referência.

 

Por fim, pode-se dizer que nesse primeiro estágio Stonehenge foi classificado como um círculo de pedra que servia como cemitério de cinzas de cremação. Dos 63 depósitos de cremação escavados, exceto cinco eram de adultos, dos quais somente dois de mulheres, enterradas a mais de 500 anos, quer dizer deposições não tão antigas.

 

Estágio II

 

Após cerca de 500 do primeiro estágio, Stonehenge foi moldado na forma como se conhece hoje. Nesse intervalo, material cremado e ossos humanos não queimados continuaram a ser depositados. Nesse intervalo, pedras sarracenas (“sarsen stones”, em inglês), isto é, blocos duros de arenito, foram dispostos na forma de uma ferradura, a partir de cinco trilitons centrais. Trilitons são arranjos de blocos de pedra, onde pares são colocados em paralelo na vertical e possuem um terceiro bloco como verga superior. Os trilitons são datados de 2.850 a 2.400 a.C. e os círculos sarracenos (ou pagãos), de 2.580 a 2.470 a.C.

 

A logística da construção indicaria que os trilitons foram as primeiras eretas no Estágio II, a partir de um rearranjo dos arenitos azul-acinzentados de Aubrey Holes, na forma de arco duplo dentro de buracos (buracos “Q&R”), isto é, uma série de pares de soquetes concêntricos na forma de sino, usados em fixação. O círculo sarraceno foi erigido englobando os elementos anteriores.

 

O círculo sarraceno pode não ter sido completado, pois não existem traços da existência de algumas pedras, mas um desses buracos foi escavado (o de no. 13), demonstrando que uma pedra uma vez esteve erguida ali. Levantam-se a hipótese que algumas das pedras sarracenas e das vergas foram roubadas ao longo do tempo, junto com cerca de 5 dos 80 arenitos azul-acinzentados.

 

Duas pedras de quatro, conhecidas como “Station Stones” foram posicionadas no banco interior, formando um retângulo com linhas de visão astronômicas. Os seus eixos nordeste e sudoeste são os mesmo do círculo sarraceno e do maior de cinco trilitons, na direção nascer do sol no solstício de verão intermediário e pôr do sol no solstício de inverno intermediário, no hemisfério norte. Os seus eixos noroeste-sudeste está aproximadamente alinhado com a Lua surgindo no horizonte (pleno no verão) e com a Lua se pondo abaixo do horizonte (pleno no inverno).

 

No lado externo da entrada nordeste, no sentido da avenida, está a Pedra da Saúde (“Heel Stone”), mas um pouco fora de alinhamento.

 

Fim da Parte II-A

 

Esse texto foi completamente baseado em: Pearson, M.; Marshall, P.; Pollard, J.; Richards, C.; Thomas, J.; and Welham, K. – Stonehenge. Chapter 9.

 

Brasília, 27 de novembro de 2019

 


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