Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo domingo, 22 de dezembro de 2024

ROSAMARIA, DO VÔLEI, VIVE FASE *ZEN* NO JAPÃO E MIRA 2025

 

 
 

A jogadora de vôlei Rosamaria Montibeller está “zen”. Em excelente fase na SV League, no Japão, é a maior pontuadora da competição e tem vivido experiências transformadoras no país. Afirma que além do desafio de crescer principalmente na defesa, motivo pelo qual trocou a Itália, onde atuou nos últimos quatro anos, pelo Japão, cuja característica marcante de sua seleção é o excelente sistema defensivo, tem se contagiado com o jeito paciente e agregador dos japoneses.

 — Estou mais paciente até comigo mesma e mais positiva nos momentos de dificuldade — admite a oposta, que exemplifica: — O respeito com o outro, a paciência e a disciplina, comuns no Japão, me pegaram muito. Tenho temperamento explosivo, sou ansiosa. E, muitas vezes, no calor do jogo, a gente se irrita com alguém, com a gente... E elas numa calma. É preciso ser positiva, pensar na próxima bola, dar as mãos entre a gente e sorrir uma para a outra. Elas me salvaram muito com esse jeito.

Rosamaria trocou a Itália pelo Japão em busca de aperfeiçoamento técnico — Foto: Divulgação/SV League
Rosamaria trocou a Itália pelo Japão em busca de aperfeiçoamento técnico — Foto: Divulgação/SV League

A brasileira conhecia o Japão já que a seleção brasileira feminina viaja frequentemente ao país. Afirma, porém, que “viver o dia a dia é sempre curioso e de muito aprendizado”. Ela, que faz postagens de sua rotina no Instagram, diz que ainda se impressiona com a organização das filas, o respeito com o espaço do outro no metrô, quando os carros param na faixa de pedestres, mesmo quando alguém ainda se aproxima para atravessar a rua.

Rosamaria diz que é assim: quer se misturar aos locais, entender os costumes, saber como se comportar e respeitar as tradições. Ela até mudou a forma como cumprimenta as jogadoras quando é apresentada no início do jogo. Se curva e faz uma reverência a todos.

Coleção de pelúcia e mascotes de Rosamaria no Japão: todo lugar tem um souvenir — Foto: Arquivo pessoal
Coleção de pelúcia e mascotes de Rosamaria no Japão: todo lugar tem um souvenir — Foto: Arquivo pessoal

Essa é a segunda temporada de Rosamaria no Denso Airybees, com sede em Nishio, na província de Aichtime, e cuja moscote é uma abelha alegre. Na temporada passada, foi campeã da Copa do Japão e quinta na SV League. Terminou como a segunda maior pontuadora (435 acertos).

Hoje, no meio da temporada 2024/2025, já tem mais pontos. Alcançou a marca de 442 e a liderança neste ranking. Ela explica que a temporada atual está mais longa, com mais jogos. O Denso, que chegou a ficar algumas rodadas na liderança, está em segundo.

 

 

Defesa de peixinho

 

Por causa da sua performance, Rosamaria foi escolhida pela organização para a disputa do Jogo das Estrelas, em janeiro. É a única estrangeira não-asiática desta lista que conta ainda com as tailandesas Moksri Chatchu-on (ponteira) e Nuekjang Thatdao (central).

O torneio teve boom de estrangeiros. São 54, com recorde de seis atletas do Brasil, dos Estados Unidos e da Tailândia. Ricardo Lucarelli e Alan Souza, que foram a Paris-2024, também estão por lá.

—A exigência é muito grande, sei da minha responsabilidade e essa indicação significa que tenho conseguido corresponder ao que esperam de mim. Na Itália tem jogos mais pegados, intensos. E aqui, mais longos. Acho que o Japão foi um boa escolha.

A brasileira explica que se transferiu para o Japão para aperfeiçoamento técnico. Ela conta que se perguntava o que as japonesas faziam para serem mestres na defesa. Já em Paris-2024 foi possível perceber sua evolução nesse quesito.

—E aqui não se treina tanta defesa assim. O que vejo de diferencial é o poder de reação. Elas são ágeis. Na parte física, treinam corrida, coordenação e agilidade — afirma Rosamaria. —Vê-las de perto tem sido fundamental. Elas caem muito rápido de tapetinho (tipo um peixinho). E eu tinha muita dificuldade com esse tipo de defesa, escorregar e conseguir pegar a bola lá longe, tocando na mão. Elas chegam no chão em dois segundos.

Rosamaria então passou a fazer treinos extras de defesa e, aos poucos, foi pegando o jeito. Considera que são pequenas mudanças mas de grande valia:

Rosamaria no Denso Airybees: brasileira é destaque no Japão — Foto: Divulgação/ SV League
Rosamaria no Denso Airybees: brasileira é destaque no Japão — Foto: Divulgação/ SV League

—O que vim buscar acho que encontrei. Desenvolver minha parte defensiva e ao mesmo tempo encontrar novos golpes no ataque. Aqui não adianta ir na força, que é uma característica do vôlei brasileiro. Se não tiver variação de golpe, enxergar buracos na quadra, a bola não cai — comenta ela, já de olho no calendário da seleção brasileira.

É que em 2025 haverá a disputa do Mundial, entre 22 de agosto e 7 de setembro, na Tailândia. O Brasil, vice-campeão em 1994, 2006, 2010 e 2022, ainda não tem esse título. Na primeira fase, enfrentará a França, Grécia e Porto Rico.

—Ao menos minha namorada está aqui comigo — disse, a ver o lado positivo da situação. —Sobre a seleção, queremos buscar esse Mundial, essa medalha inédita. Batemos na trave no último mas estamos empolgadas. O que a gente pretende fazer é repetir todo o comprometimento que tivemos para Paris-2024. Estávamos prontas para o ouro lá. Não fomos dormir arrependidas de não termos feito algo. Fizemos tudo. Espero que o ciclo de Los Angeles-2028, que começa em 2025, seja o nosso momento.


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