RIO - Uma das expressões menos lisonjeiras da língua portuguesa é “ficar para titia”. Traz embutida a ideia de que o Plano A de toda a mulher é casar e ter filhos e que, caso exista uma criança próxima por laço de sangue ou amizade, há este ambíguo prêmio de consolação. Para demolir este conceito antiquado, nada melhor que a tia da Mulher-Maravilha no filme que estreia quinta-feira seja Robin Wright, uma atriz engajada e poderosa, que chega aos 51 anos (sim, 51) no auge da carreira e da beleza.
Robin vive a General Antíope, irmã da rainha Hipólita (Connie Nielsen). Ao contrário da soberana das amazonas, ela quer preparar a sobrinha (Gal Gadot) e futura super-heroína para o mundo. Basta assistir ao trailer para ver que ela não dá mole durante o treino: entre uma espadada e outra, diz que não se pode esperar justiça nas batalhas que virão.
“O mais legal deste filme é que se trata de um blockbuster sobre uma super-heroína, algo que nunca foi feito antes. Muitos garotos e garotas entrarão em contato com uma mensagem que não tem só a ver com amor e justiça, mas também com afirmação feminina”, disse a atriz à revista “Variety”.
ENGAJADA
Robin hoje está em posição de destaque na indústria do entretenimento, a ponto de comprar briga para ter salário igual ao de Kevin Spacey na série “House of cards” — cuja quinta temporada chega à Netflix na terça-feira, dia 30. “Me disseram que eu estava recebendo o mesmo que Kevin, e eu acreditei. Mas descobri recentemente que não é verdade. E isso é algo a ser investigado”, disse ela em entrevista coletiva no Festival de Cannes 2017, onde está divulgando seu primeiro projeto como diretora, o curta-metragem “The dark of night”.
Além disso, Robin atua por causas que acredita: é porta-voz de uma ONG do Texas (ela nasceu em Dallasl) contra abuso de álcool e ativista de direitos humanos na República Democrática do Congo.
No início da carreira, a texana teve alguns papéis de destaque, mas parecia estar sempre à sombra do ex-marido Sean Penn (foram casados de 1996 a 2010). Hoje, além de brilhar como a maquiavélica primeira-dama Claire Underwood de “House of cards”, ela estará na aguardada sequência “Blade Runner 2049” — unindo “marcas" que só melhoraram com o tempo.