Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

MPB da Velha Guarda sexta, 21 de outubro de 2016

ROBERTO PAIVA

ROBERTO PAIVA

Raimundo Floriano

 

Roberto Paiva

 

                        Helim Silveira Neves, o Roberto Paiva, cantor, nasceu no Rio de Janeiro (RJ), no dia 8.2.1921, cidade onde veio a falecer, no dia 1.8.2014, aos 93 anos de idade.

 

                        Nascido e criado no Rio de Janeiro, embora de discreta atuação, sempre foi considerado um cantor correto. E, por isso, muito requisitado pelos compositores. A tal ponto, que registrou, em 1956, o histórico LP original da Peça Orfeu da Conceição, com músicas iniciais de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, no qual interpreta Um Nome de Mulher, Se Todos Fossem Iguais a Você, Mulher, Sempre Mulher, Eu e o Meu Amor, e Lamento no Morro.

 

 

                        Fez carreira, primeiramente como cantor romântico, mas também igualmente obteve sucesso interpretando sambas e marchinhas de carnaval. Começou a vida artística quando ainda era estudante do ginásio, no Colégio Pedro II, depois de vencer um Programa de Calouros da Rádio Clube Fluminense, de Niterói (RJ), onde interpretou a valsa A Você, de Francisco Alves, com a qual obteve o primeiro lugar.

 

                        Seis meses depois, no Rio de Janeiro, encontrando-se com Ciro Monteiro na Rádio Mayrink Veiga, conseguiu, através dele, uma colocação na emissora, passando a apresentar-se no Programa Picolino de Barbosa Júnior, às terças e quintas-feiras, recebendo cachê.

 

                        Na Mayrink, travou amizade com o pianista Nonô e com o violonista Laurindo de Almeida, que o levaram à gravadora Odeon, com a qual assinou contrato e, em 1938, lançou Último Samba, de Laurindo, e a valsa Jardim das Flores Raras, de Nonô e Francisco Matoso.

 

                        Para o Carnaval de 1940, gravou os sambas Estou Cansado de Procurar, de Rubens Soares e Luís Pimentel, e Se Você Sair Chorando, de Geraldo Pereira e Nélson Teixeira, estreia de Geraldo em disco como compositor. Na mesma época, transferiu-se para a Rádio Educadora.

 

                        Em 1941, gravou, na RCA Victor, seu primeiro grande sucesso carnavalesco, O Trem Atrasou, samba de Paquito, Artur Vilarinho e Estanislau Silva, que também representou o primeiro grande êxito do compositor Paquito. No mesmo ano, também pela Victor, gravou O Chapéu do Compadre, marchinha de Paquito e Francisco Santos, e, pela Odeon, o samba Lembra-se Daquela Zinha?, de Geraldo Pereira, Já Tenho Outra, samba de Geraldo Pereira e Ari Monteiro, e Devagar com a Louça, samba de Roberto Martins e Osvaldo Santiago.

 

                        Em 1943, pela Victor, lançou A Valsa dos Noivos, de Roberto Martins e Mário Rossi, e, em 1944, o samba Leva Meu Coração, de Roberto Martins e Mário Lago. Regravou, em 1948, pela Odeon, o samba-canção Pedro do Pedregulho, de Geraldo Pereira, e, pela Colúmbia, lançou Brigaram Pra Valer, samba de Geraldo Pereira e José Batista.

 

                        Em 1949, deixou a Rádio Educadora e passou a percorrer o Brasil, com apresentações em inúmeras cidades. Retornando ao Rio de Janeiro, foi para a Rádio Guanabara, e, em 1951, para a Tupi, gravando, em 1953, o grande sucesso carnavalesco Marcha do Conselho, de Paquito e Romeu Gentil, ao qual se seguiu o êxito Menino de Braçanã, toada que lançou Luiz Vieira como Compositor. Em 1954, gravou, pela Odeon, a toada Valei-me, Nossa Senhora, de Paquito e Romeu Gentil.

 

                        Lançou, duas vezes, uma pela Odeon, em 1953, e outra pela RCA, o LP Polêmica, que contém a célebre disputa musical entre Noel Rosa e Wilson Batista. A primeira gravação foi feita com Francisco Egídio, e a segunda, com Jorge Veiga.

 

 

                        Em 1959, gravou o bolero Tua, de Malgoni e Pallesi, versão de Lourival Faissal. Em 1962, gravou um único disco para a Mocambo, com os sambas Deixa de Sofrer, de Nelson Cavaquinho, Pedro Martins e Renato Araújo, e Deixa Ela Rolar, de Nelson Cavaquinho, Pedro Martins e Valter Silva.

 

 

                        Segundo a crítica, seu grande equívoco foi o de recusar-se a gravar o samba Falsa Baiana, maior sucesso da carreira de Geraldo Pereira, gravado em 1944, por Ciro Monteiro. Em A Canção no Tempo, de Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello, há uma declaração do próprio cantor: "Era de madrugada, e o Geraldo, 'meio alto', cantou enrolando as palavras, dando a impressão de que o samba estava 'quebrado'. Um mês depois, ao ouvi-lo na voz de Ciro, descobri que aquela beleza toda era o samba que o Geraldo me oferecera".

 

                        Em 1987, foi convidado por Ricardo Cravo Albin para estrelar o Espetáculo O Cordão dos Puxa-sacos baseado na obra de Roberto Martins, show que ele chegou a ensaiar durante algumas semanas e que seria levado na Sala Sidney Miller da Funarte, mas não estreou, por conta de um súbito problema de saúde. No espetáculo, de que participavam o próprio compositor homenageado e a cantora Marília Barbosa, foi substituído, às pressas, pelo cantor Chamon.

 

                        No ano de 2000, foi lançado o CD A Música Brasileira Deste Século Por Seus Autores e Intérpretes, com um resumo de sua obra. Em 2001, apresentou-se em baile popular durante o Carnaval, na Cinelândia, Centro do Rio de Janeiro.

 

                        Seus discos, 103 faixas remasterizadas de bolachões 78 RPM, bem como o LP lançado em sua homenagem pela Colloector’s em sua homenagem, na Série Ídolos do Rádio, são facilmente encontráveis nos sites especializados.

 

                        Vivendo no Bairro carioca da Tijuca com a mulher, continuou a fazer shows esporádicos, entre os quais o Baile Carnavalesco da Cinelândia.

 

                        Muito antes, em 1985, a FENABB – Federação Nacional de Associações Atléticas Banco do Brasil lançou um projeto que ficará para sempre na memória dos amantes da MPB. Trata-se de Velhos Sambas, Velhos Bambas, Volume 1, com três elepês, e Volume 2, este em 1989, com dois. Além de resgatar alguns intérpretes tradicionais, trouxe-nos, com grande orquestra e arranjos modernos, a fina flor do que ainda restava da Velha Guarda de nosso cancioneiro sambista: Roberto Silva, Gilberto Milfont, Ademilde Fonseca, Violeta Cavalcanti, Zezé Gonzaga, Adoniran Barbosa, Adeilton Alves, Luiz Cláudio, Núbia Lafayette, e, como não poderia faltar, Roberto Paiva.

 

 

                        E é com a maioria dessa nova roupagem que escolhi cinco números para mostrar um pouco do talento e desse grande ídolo da Velha Guarda:

 

                        Quem Há de Dizer, samba-canção de Lupicínio Rodrigues e Alcides Gonçalves:

 

 

                        Favela, samba-canção de Roberto Martins e Waldemar Silva:

 

 

                        Não Quero Mais Amar a Ninguém, samba de Carlos Cachaça e Roberto Paiva:

 

 

                        Ó, Seu Oscar, samba de Ataulfo Alves e Wilson Batista:

 

                        E, para terminar, O Trem Atrasou, samba de Paquito, Artur Vilarinho e Estanislau Silva, seu maior sucesso carnavalesco, gravação original:

 

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