Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão quarta, 22 de abril de 2020

RITA LEE: NADA VOLTARÁ A SER COMO ANTES

 

'Nada voltará a ser como antes', diz Rita Lee sobre coronavírus

Cantora surpreende fãs com aparições nas redes sociais para combater o coronavírus

Entrevista com

Rita Lee

Adriana Del Ré e Ubiratan Brasil, O Estado de S.Paulo

22 de abril de 2020 | 05h00

Há oito anos, Rita Lee anunciou sua aposentadoria dos palcos e passou a viver em contato mais próximo com a natureza. Aparições públicas foram raras, apenas para lançamento de seus livros ou para ver musicais que a tivessem como personagem. Durante a quarentena contra a pandemia do novo coronavírus, porém, Rita, aos 72 anos, despontou diversas vezes na redes sociais, para espanto e alegria dos fãs.

Em uma live, ela falou sobre o Dr. Alex, personagem de uma série de livros infantojuvenis publicada pela Globo Livros – neste ano, aliás, chegam mais dois volumes. Rita ainda gravou um vídeo mostrando como se deve lavar as mãos e conversou com Fábio Porchat no programa online dele e, máxima aparição, cantou um de seus grandes sucessos, Saúde, ao lado do marido Roberto de Carvalho, post que, só no Facebook, teve mais de 1,2 milhão de views. Sobre o atual momento, Rita respondeu por e-mail às seguintes questões do Estado.

A cantora Rita Lee passa a quarentena em seu sítio, no interior de São Paulo
A cantora Rita Lee passa a quarentena em seu sítio, no interior de São Paulo Foto: Guilherme Samora

Nos últimos meses, você postou vídeos com dicas sobre como usar o álcool em gel, deu entrevistas, cantou ‘Saúde’ com o Roberto de Carvalho. Por que a reclusão a que todos devemos observar agora a animou a se comunicar dessa forma?

 Me deu vontade de dar as caras para trocar figurinhas amorosas com quem está preso em casa buscando companhia. Estou pensando em ler alguns contos que escrevi no livro Dropz (lançado pela Globo Livros, em 2017), para um público infantojuvenil.

Aliás, você surpreendeu os fãs ao publicar o vídeo de ‘Saúde’ nas suas redes acompanhada de Roberto. Como vocês tiveram a ideia de cantar essa música neste momento?

A ideia bateu de repente e lá fomos, Roberto e eu, para o estúdio da garagem improvisar um pedacinho da música Saúde que, aliás, vem bem a propósito.

Depois do vídeo de Saúde, muita gente tem pedido para você postar outros vídeos ou fazer lives musicais. Você tem considerado fazer isso?

Se Rob e eu estivermos de bobeira, podemos fazer mais serenatas, sim.

O vídeo de Saúde, de certa forma, mostra você cantando novamente depois de muito tempo. Não despertou a vontade em você de fazer algum projeto musical, um álbum?

Foi apenas a vontade de fazer um agrado aos fãs. E mostrar um pedacinho para quem nunca assistiu a um show nosso.

 

O coronavírus tem sido inspirador para você? Compôs algo pensando nele?

Fiz uma música punk, sobre uma garota que vive no mundo virtual sob o codinome #bloodymary e que está torcendo para que a raça humana suma do mapa de vez.

E você está escrevendo algum novo livro?

Este ano ainda lanço dois infantis (Dr. Alex e os Reis de Angra e Dr. Alex e o Phantom). Também escrevi um livro sobre o ano de 2019, que até agora não sei se é um diário ou citações nonsenses ou autoajuda a mim mesma... Ainda nem sei se vou lançar.

Você está confinada há 8 anos. Sua rotina mudou com a quarentena do coronavírus ou continua a mesma? Como tem sido?

Estou há 8 anos brincando de dona de casa, coisa que nunca havia feito na vida... Só estava saindo de casa para ir ao dentista, visitar meu netinho, fazer supermercado e me abastecer de ração para meus bichos... Agora, faço tudo pela internet e estou cuidando para não quebrar nenhum dente.

Como você tem feito para aplacar a saudade de seus filhos e netos?

Essa é a pior parte... Haja Skype todo dia.

O que você pensa da atitude de governantes que, em muitos países, têm contrariado a recomendação da OMS de se manter o isolamento?

Percebo que ainda não caiu a ficha para a raça humana de que este vírus-vudu atingiu o planeta Terra com um propósito divino, para que a humanidade aprenda a respeitar todas as formas de vida e mude na marra as cabeças malucas dos que estão no poder do mundo inteiro. O momento é de ficar em casa, meditando e rezando.

Como você acha que ficaremos depois de tudo isso? Haverá transformações de comportamento?

A raça humana tem sido o parasita do planeta. Quando essa pandemia acalmar, seremos obrigados a mudar, por nossa saúde física, mental, psicológica e espiritual.

A natureza, de alguma forma, tem sido beneficiada com esse isolamento global – o nível de poluição, por exemplo, baixou. Você acredita que isso ajudará a mexer com a cabeça das pessoas e, quem sabe, mudar a orientação? Ou tudo voltará a ser como antes?

Nada voltará a ser como antes e isso é bom, os donos do poder vão ser obrigados a cair na real de que não somos tribos isoladas, somos uma raça só. Vamos lembrar que o Homo sapiens continua investindo em aparatos nucleares e que ninguém no mundo estava preparado para uma já anunciada possibilidade de guerra biológica.

Em recente entrevista ao ‘Estado’, a atriz Christiane Torloni disse: "Você acha que pararam o desmatamento e as queimadas na Amazônia? Você acha que quem é do mal fica na quarentena?”. Como você acha que ficam as questões ambientais e de proteção animal durante este período de quarentena? 

Como disse antes: ou os humanos passam a respeitar todas as formas de vida do planeta ou bye bye humanidade. Ficou evidente que a Terra, sem a nossa presença, percebeu um grande alívio. A Terra não precisa de nós para existir, principalmente porque a temos maltratado já há muito tempo. É o fim da picada, por exemplo, como os sapiens desrespeitam o direito dos animais de viver com dignidade, e não sendo abatidos com crueldade, em confinamento a vida inteira em zoos, circos, aviários, matadouros... Fora tantos outros tipos de maus-tratos em rodeios, vaquejadas, touradas, rinhas de galos e cachorros, além da ganância dos criadores de pets.

Alô Alô Marciano, aqui quem fala é da Terra

Pra variar, estamos em guerra

Você não imagina a loucura

O ser humano tá na maior fissura

Porque

Tá cada vez mais down o high society!


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros