David Uip, médico que estava no comando do enfrentamento do coronavírus em São Paulo, se contaminou. Precisou isolar-se. Em entrevista, disse: “Não sou nenhum herói. Tive medo, como todo mundo. Senti que poderia obviamente correr risco de vida”. Leitores ficaram intrigados. Não seria risco de morte? A questão mereceu debates calorosos na seção de cartas. Uns defendiam risco de vida porque subentendiam o verbo perder (risco de perder a vida). Outros interpretavam o que estava escrito. Risco é perigo. Perigo de vida? Que bom! Consultada, a Academia Brasileira de Letras bancou o Salomão. Disse que ambas as formas merecem nota 10. Risco de vida pela tradição. Risco de morte pela lógica. O freguês escolhe.