Raimundo Floriano
Risadinha
Dando prosseguimento às comemorações de aniversários de vultos da MPB perfazendo décadas, homenagearei agora esse grande artista que, se vivo fosse, teria completado 90 anos em março passado.
Francisco Ferraz Neto, o Risadinha, compositor e cantor, nasceu em São Paulo (SP) a 18.03.1921 e faleceu no Rio de Janeiro (RJ) a 03.06.1976. Estudou em escolas públicas e, sem nunca ter aprendido música, começou a compor em 1935.
Jardim de Ilusões, com Rubens Santos, foi sua primeira composição. Depois de ter trabalhado durante dez anos em circos, boates e teatros paulistas, fez sua estreia na Rádio Cosmos, em São Paulo, passando, em 1938, para a Rádio Cruzeiro do Sul.
Em 1945, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde se apresentou na Rádio Mayrink Veiga, e, depois, na Rádio Nacional, destacando-se como cantor e compositor de Carnaval.
Gravou seu primeiro disco pela Odeon, em 1950, cantando Faran-fan-fan, de O. Silva e Olegário Lima, e o choro Lar Vazio, de Wilson Batista e Nóbrega Macedo. Especializou-se também no samba-de-breque, tornando-se um dos melhores intérpretes do gênero, além de, durante muitos anos, marcar sua presença nos Carnavais, sempre com músicas de sucesso.
Lançou, para o Carnaval de 1953, Se Eu Errei, parceria com Humberto de Carvalho e Edu Rocha, composição que teve cerca de 20 regravações. Em 1956, destacou-se com Saco de Papel, parceria com Haroldo Lobo, e Vou Botar Pra Jambrar, parceria com Jarbas Reis. Nesse mesmo ano, gravou seu primeiro LP pela Continental, Na batida do Samba, Canta Risadinha, com Vadico e Sua Orquestra, e participou do filme Vou Te Contá, de Alfredo Palácios.
Para o Carnaval de 1960, compôs, com José Roy, Cacareco É o Maior, que ele mesmo gravou, com enorme sucesso; para o de 1963, também com José Roy, Cadê Brigitte; para o de 1964, Deixa Meu Pranto e Quem Me Vê Sorrir, com Ivo Santos, e Garota Bossa Nova. Ainda na década de 1960, lançou outro LP pela Continental, De Cabral a Brasília.
Em 1975, um ano antes de morrer, recebeu o título de Cidadão Carioca, concedido pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. Como compositor, usava o pseudônimo de Francisco Neto.
(Fonte de consulta: Enciclopédia da Música Brasileira, da Art Editora, São Paulo, 1977)
Além dos títulos ama citados, possuo em meu acervo de sua autoria ou por ele gravadas, estas preciosas joias musicais:
A Felicidade É Sua, samba, A Maré Tá Boa, marchinha, A Nêga Já Sabe, samba-choro, Aviso Prévio, samba, Babá de Copacabana, samba, Baburiba no Samba, samba, Bum-Ki-Bum, samba, Cacareco É o Maior, marchinha, Cadê Brigitte?, marchinha, Comerciária, samba, Deixa o Meu Pranto Rolar, Em Cada Coração, Um Pecado, samba, Eu Ainda Sou Eu, samba, Eu Não Tenho Ninguém, samba, Eu Quero É Me Rebolar, marchinha, Forró em Limoeiro, rojão, Frango Indigesto, marcha, Marcha do Mudo, marchinha, Marinheiro, marchinha, Meu Pierrô, samba, Meu Primeiro Amor, samba; Minha Fama, samba, Não Quero Mais Sofrer, samba, Nêgo Olegário, samba, O Doutor Não Gosta, marchinha, O Que Eu Passei, samba, Pau Pereira, samba, Piri-Piri, samba, Quem Me Vê Sorrir, samba, Raminho de Flor, frevo-canção, Saco de Papel, samba, Se eu Errei, samba, Sereia Fenomenal, marchinha, Sonhei Que Estava em Pernambuco, com Dircinha Batista, frevo-canção, Teu Falso Amor, samba, Tumba Lelê, samba, Vê Se Te Agrada, choro, Você Já Foi, samba, Você Me Fez Chorar, samba e Zazá, marchinha.
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Para relembrá-lo, aqui vai uma pequena amostra de seu trabalho:
Cacareco É o Maior, seu maior sucesso, marchinha de Risadinha e José Roy, de 1960:
Cadê Brigitte?, marchinha de Francisco Neto e José Roy, de 1963:
Em Cada Coração, Um Pecado, samba de Francisco Neto, Rosemberg e E. Silva, de 1954:
Eu Quero É Me Rebolar, marchinha de Arnô Provenzano e Otolindo Lopes, de 1954:
Meu Primeiro Amor, samba de Sebastião Gomes, J. Piedade e O. Silva, de 1951:
O Doutor Não Gosta, machinha de Arnô Provenzanoe Otolindo Lopes, de 1952:
Piri-Piri, samba de Francisco Neto e Ivo Sales, de 1963:
Se Eu Errei, samba de Francisco Neto e A. Carvalho, de 1953:
Tumba Lelê, samba Francisco Neto, Newton Neves e Jarbas Reis, de 1957: