As purpurinas que dançam pelo chão no ritmo do samba. Os sorrisos espalhados pelas ruas das cidades, esteja fazendo Sol ou chuva. De fato, não existe nada tão bonito no Brasil quanto o carnaval. A escolha da melhor fantasia para celebrar a folia, o encontro de amigos e familiares para criar ou continuar uma tradição carnavalesca que irá perdurar pelo tempo. Enfim, vários são os motivos que tornam essa a festa mais querida e popular entre todas. Em Brasília, essa realidade não é diferente.
Mesmo assim, era motivo para se comemorar. Desse modo, ocorreu o primeiro Carnaval de Clube em Brasília que, apesar do nome, não aconteceu em um clube. Muito pelo contrário, foi realizada no Teatro Nacional, que passava pela finalização das obras em seu espaço naquele período. No ano seguinte, os desfiles das escolas de samba começaram. Desse dia em diante, tudo passou a ser diferente na capital do país.
Esse movimento foi imprescindível para que a festa de Momo se tornasse o que é hoje. Na década de 1970, por exemplo, o carnaval no DF era conhecido e popular, sobretudo nos clubes da cidade. Em 1980, depois do alívio que a ditadura militar deixou pelo seu fim, o povo queria e buscava por liberdade — aquela sensação de recuperar o tempo perdido, especialmente após décadas a fio sofrendo pelas repressões culturais e autoritarismo no Brasil.
16/02/1980. Credito: Joaquim Firmino/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Folioes com faixa durante o carnaval de rua na Avenida W3 Sul. CB, Neg.: F 712; Pasta: CARNAVAL - BRASILIA(foto: Joaquim Firmino/CB)
Os anos se passaram e a festa de Momo se consolidou no Quadradinho. Além da alegria que este período traz, a folia virou uma forma de protesto à política local, principalmente com o Bloco Pacotão, conhecido pelas politizações irônicas em seus desfiles. Em 2010, a escola de samba Beija-Flor de Nilópolis decidiu homenagear os 50 anos de Brasília com o enredo: "Brilhante ao sol do novo mundo, Brasília do sonho à realidade, a capital da esperança".