Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo quinta, 24 de março de 2022

RIO SHOW: O BAÚ DE INÉDITAS DE PIXINGUINHA - GRUPO APRESENTA 21 CANÇÕES NO CCBB

O baú de inéditas de Pixinguinha: grupo apresenta 21 canções no CCBB

Entre os músicos que participam do show, estão Henrique cazes, Silvério Pontes e Carlos Malta
SC EXCLUSIVO / Pixinguinha como nunca, espetáculo com 26 obras inéditas do compositor no CCBB. Na foto, o Sexteto do Nunca Foto: Divulgação/ MARILIA FIGUEIREDO / Divulgação
SC EXCLUSIVO / Pixinguinha como nunca, espetáculo com 26 obras inéditas do compositor no CCBB. Na foto, o Sexteto do Nunca Foto: Divulgação/ MARILIA FIGUEIREDO / Divulgação
 
 

Acredite: em pleno ano de 2022, ainda há muito o que se descobrir na obra deixada por Alfredo da Rocha Vianna Filho (1897-1973), o Pixinguinha. Prova disso é que hoje, no Centro Cultural Banco do Brasil, o espetáculo musical “Pixinguinha como nunca” apresenta 21 músicas inéditas de um dos maiores nomes da música brasileira de todos os tempos. No palco, um time de prestígio formado por Henrique Cazes (cavaquinho), Marcelo Caldi (sanfona), Carlos Malta (flauta e sax), Silvério Pontes (trompete e flugelhorn), Marcos Suzano (percussão) e João Camarero (violão de 7 cordas) — o Sexteto do Nunca — interpreta canções de Pixinguinha que nunca foram gravadas como “Paraibana”, uma valsa escrita por ele pouco antes de morrer, em 1973. O grupo repete o espetáculo no CCBB na próxima quarta-feira e no dia 6 de abril, antes de seguir para as unidades do centro cultural em Brasília e Belo Horizonte.

 

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As canções inéditas foram peneiradas junto ao rico acervo do músico que está em posse do Instituto Moreira Salles desde 2000. Já foram encontradas mais de 50 músicas inéditas, das quais 26 serão tocadas nos shows do grupo no CCBB do Rio (eles trocam duas a cada apresentação). Há choro, samba, polca e tango, num repertório que abraça sete décadas de trabalho de Pixinguinha. Em maio, o projeto entra em estúdio para virar quatro discos: “Pixinguinha na roda”, “Pixinguinha virtuose”, “Pixinguinha canção” e “Pixinguinha internacional”. Para Henrique Cazes, diretor musical do espetáculo, alguns fatores contribuíram para que tantas canções estivessem escondidas do público por todo esse tempo, como o alto volume de produção de Pixinguinha, as circunstâncias culturais do final da década de 1930 e um quê de racismo.

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— Ele produzia muito. Uma vez ficou internado e compôs mais músicas do que os dias que ficou no hospital, fez uma pro médico, outra pra enfermeira, outra pra neta da enfermeira que havia nascido. Era algo muito natural— afirma Cazes, que também assina os arranjos do show. — No final da década de 30, no auge da carreira dele, com a chegada daquela onda de propaganda norte-americana, das big bands, acabaram passando Pixinguinha da vanguarda pra velha guarda, sem escalas. Ele ficou deslocado. Não existe até hoje um livro falando sobre a técnica que ele usava na orquestração, uma coisa que deveria estar na base da música brasileira. Existe uma camada de racismo, sim, de não enxergar um preto como superior.

 
 

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Um acervo a explorar

O ator e cantor Marcelo Vianna, neto de Pixinguinha, assina a direção artística do show e participa cantando algumas músicas. Ele trabalhou com Henrique Cazes entre 2015 e 2017, no projeto “Pixinguinha: as 5 estações”, uma série de aulas-espetáculos. Ali, os dois tiveram a ideia que toma forma hoje no palco do CCBB. Vianna compartilha do discurso do colega, sugerindo que falta aceitar “esse protagonismo preto”, diz que planeja montar um bloco de carnaval e um documentário em torno da obra do avô e dá uma noção do tamanho do acervo, do qual outras canções podem vir à luz:

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—São mais de 800 arranjos nesse acervo, e cada arranjo é um calhamaço de papel. Sabemos que tem coisa perdida, outras que não foram gravadas — conta Vianna, mostrando a empolgação com o início do projeto. —Fico muito feliz de estar com esses caras. O Baden Powell falava com propriedade que Pixinguinha foi o maior compositor de todos os tempos. É uma obra moderna, um compositor que nos deu quase tudo. Ouvir Pixinguinha é entender o Brasil.

 

Serviço

CBB. Rua Primeiro de Março 66, Centro (3808-2020). Qua, às 19h30. Até 6 de abril.  R$ 30. Livre.

 


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