Sempre gostei de acordar cedo. Na redação, a ideia de produzir registros da cidade ao amanhecer ganhou forma, em um primeiro momento, como uma maneira de atualizar o site do jornal, ao abrir cada dia com uma cena das primeiras horas da manhã. A fotografia, curiosamente, tem o poder de estancar um momento para sempre. E, por outro lado, é um processo em que tudo acontece num átimo, em um brevíssimo espaço de tempo. O amanhecer acrescenta mágica a essa receita: nas primeiras horas do dia a gente vê o tempo passar, o sol subir, a luminosidade aumentar, as tonalidades mudarem. Toda essa dança acontece diante dos nossos olhos.
- Faça o quiz! No dia do aniversário do Rio, descubra o quanto você conhece dos botequins da cidade
- Roteiro: Veja dicas para sair do óbvio em passeios na cidade do Rio
Veja o amanhecer em diferentes pontos do Rio pelo olhar do fotógrafo Custodio Coimbra
Mas sou um carioca orgulhoso: nasci em uma cidade que, embora maltratada ao longo desses 458 anos, também acumulou muitas boas histórias. É isso que me anima a pegar a câmera e ir para a rua a cada novo amanhecer.
* Em depoimento a Pedro Tinoco
-
De que ponto do Rio se vê o Cristo Redentor neste registro?
- Onde se vê o nascer do sol junto à estátua de Chopin?
-
Onde fica esta passarela?
-
Em que águas cariocas os reflexos do sol aparecem?
Caçula dos cinco filhos da dona de casa Maria e do comerciante português Emygdio Antunes Coimbra, Custodio Coimbra cresceu nas ruas de Quintino, bairro da Zona Norte carioca, batendo bola com, entre outros vizinhos, seu primo Arthur — que depois viria a ser mais conhecido como o craque rubro-negro Zico.
Em 2021, teve 410 imagens adquiridas pelo Instituto Moreira Salles, principal acervo de fotojornalismo do país. Sua obra divide espaço com a de fotógrafos como Marc Ferrez, Walter Firmo e Evandro Teixeira.
Com quatro filhos e quatro netos, Custodio participou de diversas exposições e tem, entre outros livros publicados, “Rio de cantos 1000” (2009) e “Guanabara, espelhos do Rio” (2016), ambos em parceria com sua mulher, a jornalista Cristina Chacel (1959–2020). Imagens do fotógrafo já renderam menção honrosa no IV Prêmio Vladimir Herzog, em 1994, e o Prêmio Esso de Contribuição à Imprensa, concedido pela série “Retratos do Rio”, publicada em 2001, no GLOBO.
Ao longo de mais de quatro décadas de carreira, o fotógrafo já ultrapassou 1,2 milhão de imagens guardadas. Sua vasta coleção vai de episódios históricos a futebol e outros esportes, passando por registros da natureza e do Rio de Janeiro, suas duas maiores paixões.