Cerca de 32 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável e 90 milhões não contam com acesso à coleta de esgoto. O alerta é da 16ª edição do Ranking do Saneamento, elaborado pelo Instituto Trata Brasil e que relaciona os 100 municípios mais populosos do país.
O levantamento mostrou, ainda, que os 20 municípios mais bem assistidos pelo saneamento básico apresentaram um investimento anual médio — entre 2018 e 2022 — de R$ 201,47 por habitante. Isso representa 13% abaixo do patamar nacional médio para a universalização.
No caso dos 20 piores, o investimento anual médio no mesmo período é de R$ 73,85 por habitante — cerca de 68% abaixo do patamar nacional médio para a universalização do saneamento. O Trata Brasil destaca que, no caso desses municípios, por terem indicadores muito atrasados no projeto de levar água de qualidade e tratamento de esgoto a maior parte da população, ter um baixo investimento anual médio por habitante resulta na dificuldade para que se atinja as metas estabelecidas pelo Marco Legal do Saneamento Básico.
Monitoramento dos rios
Também ontem, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) lançou o Relatório Digital de Qualidade da Água, que mostra a característica do recurso dos rios em mais de 400 mil trechos pelo país. Esse monitoramento permite avaliar a adequação da água para diversos usos.
Segundo a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, evidências científicas e estudos são essenciais para orientar as políticas públicas da ANA. Ela observou que o trabalho da agência contribui para afastar decisões sobre o uso da água baseadas somente nos interesses políticos locais e no clientelismo.
*Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi