Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense sexta, 08 de março de 2019

RESPEITO ÀS MULHERES PASSA PELA EDUCAÇÃO

 

Respeito às mulheres passa pela educação
 
 
No Dia Internacional da Mulher, especialistas alertam para ações capazes de inspirar igualdade de gênero e ampliar a rede de proteção ao sexo feminino. Parte do trabalho deve começar pelas escolas, com o fortalecimento da identidade das meninas

 

» ISA STACCIARINI
» JÉSSICA EUFRÁSIO

Publicação: 08/03/2019 04:00

Juciene Martins Godoy teve a irmã, Jusselia (no detalhe), assassinada pelo ex-marido em abril de 2018:  

Juciene Martins Godoy teve a irmã, Jusselia (no detalhe), assassinada pelo ex-marido em abril de 2018: "As mulheres precisam ficar em alerta"

 

 
 
 
 (Minervino Junior/CB/D.A Press)  
 Celebrado há cerca de 100 anos, o Dia Internacional da Mulher é mais uma oportunidade, entre outras 364, para chamar atenção ao que ainda precisa mudar na sociedade quanto a temas como desigualdade de gênero, equidade de direitos, machismo e violência contra as mulheres. Especialistas reforçam que a saída começa pela educação, ensinando, desde cedo, crianças e adolescentes a respeitá-las. A conscientização, no entanto, não envolve apenas os mais novos e as instituições de ensino, mas também o próprio ambiente familiar e social e o governo.
 
Professora da Secretaria de Educação há 28 anos e autora do projeto Mulheres Inspiradoras, a educadora Gina Vieira considera que a contribuição das instituições de ensino ocorre por meio do fortalecimento da identidade das alunas, da discussão de gênero e do combate a práticas sexistas. “Além de pensar a própria cultura de assédio contra meninas e de uma maior inserção delas nas áreas de tecnologia e exatas, a escola precisa abrir espaço para inserir questões de gênero no currículo”, defende.
 
Para Gina, desconstruir a cultura do machismo da sociedade envolve, em primeiro lugar, admitir que todos, em alguma medida, têm alguma referência preconceituosa em ações ou falas. Outro ponto inclui lançar um olhar crítico para tudo o que acontece ao redor e tomar coragem de contestar o que está enraizado. “Em que medida os pais poupam os meninos e impõem tarefas domésticas para as meninas? Em que grau a escola é sexista quando oferece o uso da quadra de esportes aos alunos e não permite a mesma proporção para as alunas? Por que se exige mais maturidade das meninas em vez dos meninos?”, questiona.
 
Além disso, segundo a professora Gina, toda vez em que essas ações são combatidas, os meninos também são favorecidos. “Eles precisam da oportunidade de crescer sem as limitações impostas pelo machismo. Ao passo que meninos são representados como fortes, poderosos e inteligentes, meninas, com 7 anos, se identificam como inferiores, frágeis e incapazes em relação a eles”, lamenta.
 
Apesar dos percalços, a professora do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB) Lia Zanotta Machado enxerga avanços. “Nas últimas décadas, mulheres de todas as classes sociais têm apresentado mais noções de direitos e autonomia, por exemplo. A mudança ocorreu em grande parte da sociedade brasileira, mas ainda não conseguimos, na mesma proporção, o respeito dos homens para com elas”, analisa a especialista.
 
A antropóloga explica que, na maior parte dos casos, homens acreditam que precisam resolver quaisquer conflitos enfrentados em casa, na rua ou no trabalho com ações de controle, poder ou posse. Diante disso, Lia acrescenta que é ilusão defender que assuntos relacionados a gênero e sexualidade sejam discutidos apenas em ambiente familiar. “A maior parte dos casos de assédio e importunação sexuais, principalmente contra crianças, é em ambiente doméstico, entre conhecidos. Precisamos de uma educação pública em que permitam que você se veja como igual para não se perceber sempre como alguém inferior e controlável”, ressalta.
 
Sancionada há 12 anos, a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) garante proteção às mulheres e prevê rigor nas punições para crimes domésticos. A violência, nesses casos, envolve qualquer ação ou omissão baseada no gênero e que cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial às vítimas. O nome da norma foi escolhido em homenagem à farmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, vítima de duas tentativas de assassinato pelo marido, o professor colombiano Marco Antonio Heredia Viveros, em 1983.
 
Punição
 
Em Planaltina, a família de Juciene Martins de Godoy, 55 anos, chora a morte da irmã, Jusselia Martins de Godoy, 50, há quase um ano. Em abril de 2018, a advogada e contadora foi assassinada pelo ex-marido Evandro Alves de Faria, 56, com quem viveu por 20 anos e estava separada havia oito meses. Jusselia pediu medida protetiva após a separação e, seis meses antes de morrer, contratou segurança particular com medo do ex-companheiro.
 
Depois do crime, a família assumiu o escritório deixado pela vítima. “A gente luta todos os dias contra uma dor imensa. É um esforço muito grande para não cairmos em depressão”, conta Juciene. Ela lembra que a postura reservada do cunhado nunca levantou suspeitas. “As pessoas acham que, para acontecer esse tipo de coisa, a mulher tem de sofrer algum tipo de violência, mas nunca houve agressão. Ele era muito calado, na dele, e as mulheres precisam ficar em alerta para isso”, aconselha a auxiliar de contabilidade.
 
O casal deixou um filho de 22 anos. Do primeiro relacionamento, Jusselia também teve uma filha. A jovem morreu em 2014, aos 27 anos, vítima de um infarto. No dia em que Jusselia teve a morte cerebral decretada, em 9 de abril de 2018, a jovem faria 31 anos. “A minha irmã foi muito batalhadora em tudo o que fez e, infelizmente, não teve a chance de viver mais. O que a gente mais vê, hoje, é assassinato de mulheres de todas as classes e níveis sociais”, lamenta.

Numeráveis

Crimes contra as mulheres 2018* 2019* Variação
Estupro - 117 - 75 - -35,8%
Feminicídio - 5 - 4 - -20%
Tentativa de feminicídio - 13 - 16 - 23%
Violência doméstica - 2.461 - 2.455 - -0,24%
 
* Dados referentes a janeiro e fevereiro
 
Fonte: Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal


Programe-se

Confira alguns eventos marcados para hoje em razão do Dia Internacional da Mulher:

 (Carlos Vieira/CB/D.A Press)  
 
Lançamento do Calendário das Ações Governamentais Março Mais Mulher pelo GDF
» Horário: às 10h
» Local: Salão Nobre do Palácio do Buriti
» Evento gratuito
» Censura livre
 
Cortejo do Dia Internacional de Luta das Mulheres do DF e Entorno
» Horário: às 16h
» Local: concentração no gramado inferior da Rodoviária do Plano Piloto, às 16h, e marcha rumo ao Congresso Nacional, às 18h30
» Evento: gratuito
» Censura: livre

Bloco das Perseguidas
» Horário: às 21h
» Local: Praça dos Prazeres (201 Norte)
» Evento: gratuito
» Censura: livre

Ressaca Feminista de Carnaval
» Local: Espaço Cultural Canteiro Central (SCS Quadra 3, Bloco A)
» Horário: às 23h
» Valor: R$ 10
» Censura: 18 anos
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