Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense segunda, 01 de março de 2021

RESERVATÓRIOS CHEIOS DE ESPERANÇA

Jornal Impresso

Reservatórios cheios de esperança
 
Volumes das barragens do DF afastam o temor de um novo racionamento. Às margens do Paranoá, moradores celebram a paz e tranquilidade que as águas trazem

 

» LUANA PATRIOLINO

Publicação: 01/03/2021 04:00

 (Luana Patriolino/CB/D.A Press)  


O cenário dos principais reservatórios de Brasília mudou completamente nos últimos meses. Quem passa pela BR-070 fica admirado com o paredão de água abundante que forma uma espécie de cachoeira. A barragem do Descoberto — que abastece 64% da população do Distrito Federal — está com nível a 100%, desde 15 de fevereiro.

A cheia é uma garantia de que não faltará água durante o ano, ao contrário do que aconteceu na crise hídrica de 2017. No auge do racionamento no DF, o reservatório chegou à porcentagem de 5,3% (7 de novembro de 2017). Segundo dados da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa), a máxima desse período foi de 56,4%, bem diferente dos números atuais, que vêm crescendo ano a ano.

Em 2018, a mínima foi de 30,5% e a máxima, 100%. Já em 2019, os números ficaram em 61,1% e 100%, respectivamente. Os níveis de 2020 cresceram ainda mais: 74,9% (mínimo) e 100% (máximo). Este ano, de acordo com a Adasa, o menor percentual foi registrado em 2 de janeiro: 81,8%.

O reservatório de Santa Maria/Torto começou a verter em 14 de fevereiro. No ano passado, o evento ocorreu no fim do mês de fevereiro. Já em 2019, começou apenas em maio. Com nível a 97%, o Santa Maria é responsável por 27% do abastecimento do DF.

O mês de fevereiro bateu recorde de chuvas na capital. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontou que o acumulado para o mês é o maior desde 1962. Apesar da abundância, é importante alertar a população para o uso consciente da água, pois o volume usado por cada morador pode impactar diretamente no abastecimento à população, tendo em vista que o período de chuvas no DF deve demorar a retornar.

Moradores

No Núcleo Rural Boqueirão, localizado próximo ao Lago Paranoá, desde que as comportas foram abertas, em 18 de fevereiro, o rio às margens das chácaras está bem mais cheio do que o normal. A cheia não mudou só o cenário, mas a rotina das pessoas do local. Se antes os moradores podiam atravessar de um lado para o outro a pé, agora, uma pessoa de 1,80m de estatura não consegue passar pelo rio andando.

O pedreiro aposentado Jazon Dias, 58 anos, tem a casa mais próxima no nível da água na região. Nem mesmo as chuvas intensas desanimam o senhor que tem o rio como o “quintal”. Ele, que é natural de Brasilândia, em Minas Gerais, diz ter encontrado um pouco de sua terra natal no Boqueirão. “Eu nasci em um lugar muito parecido com este. Muita água, peixes e natureza. Quero continuar aqui, é onde me sinto bem”, conta o aposentado.

Morando sozinho na casa de um cômodo, ele diz que pretende construir uma residência nova e trazer a companheira — que mora no Paranoá — para dividir o lar. “Vou fazer um lugar bem bonito e buscar minha mulher para morar aqui. Ela não vem agora porque não tem muita estrutura. Mas, em breve, vamos providenciar a mudança dela também”, celebra.

Seu Jazon conta que passa os dias plantando, cuidando das galinhas e pescando no rio que fica no fundo de casa. Recebendo alertas diários da Defesa Civil e bombeiros em relação ao nível da água, ele afirma tomar os cuidados necessários para permanecer ali. “Aqui é tranquilo. Paz total. É a minha casa.”

A dona de casa Maria dos Milagres Ferreira, 51 anos, se mudou para o núcleo rural com o objetivo de recomeçar a vida. Ela morava no Paranoá, mas perdeu o filho assassinado a tiros, no meio da rua, há quatro anos. Longe das lembranças ruins e da violência da cidade vizinha, Maria afirma ter encontrado a paz que precisava na região que, de tão silenciosa, possibilita aos moradores ouvir o barulho das cascatas de água ao longe. “Aqui é muito tranquilo. Os vizinhos se conhecem, ninguém mexe nas coisas de ninguém. É um lugar muito calmo”, diz.

Ao lado da natureza, da melhor amiga, Maria Helena Araújo, 54, e do cachorrinho Scooby, ela relata que costuma entrar no rio para tomar banho e pescar. “Quando o nível da água está bom, a gente atravessa para o outro lado, fica na água, é muito bom.” Sobre as chuvas intensas, Maria dos Milagres diz que tem medo, mas que toma cuidado nesse período: “A gente entrega na msão de Deus”.

A diarista Cícera de Jesus Silva, 48 anos, também trocou a cidade pela área com o objetivo de se afastar das lembranças ruins. Assim como o companheiro Henrique Silva, 68, gosta do silêncio nos dias úteis e da animação de um bar, localizado a poucos metros de casa, nos fins de semana. “Os vizinhos vêm para esse bar, que toca muita música. É bem animado, todo mundo aqui se conhece”, destaca Cícera.

Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros