Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Paulo Azevedo - Crônicas, contos e outras delícias! quinta, 15 de fevereiro de 2018

RELEMBRANDO A TRAGÉDIA DO SARRIÁ 82

 

RELEMBRANDO A TRAGÉDIA DO SARRIÁ/82

Paulo Azevedo

 

 

Não sou saudosista, mas toda vez que vejo algo relacionado a Seleção de 82, um nó vem na garganta. Acho que foi a última vez que torci realmente pela Seleção.

 

Aos dez anos, eu fiquei frio, ou melhor, anestesiado. Aos dez anos de idade, você tem todos os sonhos do mundo. Sonhava em ser jogador de futebol, jogar no Maracanã.  Nas peladas, fingíamos ser Zicos, Sócrates, Juniores, Eders, Cerezos, Falcões.

 

Pais, tios e amigos vivos – alguns já se foram –, as primeiras paixões e beijos na boca. Era uma energia boa, o país tentando uma democracia, tempo de esperança.

 
Foram quinze gols, quinze gritos soltos na voz de um garoto de dez anos, com todos os seus sonhos. Como já tentei voltar o tempo, voltar para aquela tarde de cinco de julho de 1982, no Sarriá, e reescrever outro final!

 

A vida foi ingrata com o futebol, talvez por inveja, talvez pela incapacidade de fazer tantos meninos sonharem. Lembro de que quando as aulas voltaram na Quarta Série Fundamental, eu e meu grande amigo Flavio ficamos olhando um para a cara do outro, e ninguém falou nada, era nosso luto.

 

Ficou a cicatriz no coração do menino e o nó na garganta. Nunca mais torci como em 1982.  A dor cristalizou e alguns sonhos se perderam no caminho. 1982 foi um ano diferente, meus ídolos se tornaram humanos, e a mim, um garoto de dez, quase onze anos, só restou chorar, abraçado na bandeira verde e amarela.

 

Parece que foi um sonho, valeu a pena sonhar, sempre vale a pena sonhar...

 


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