Confesso, sem temor algum dos faniquitosos nazistas ruminantes, que me emocionei com a postura do Lucas Martins Zomignani Mendes, o primeiríssimo lugar nos vestibulares da Fuvest, Unicamp e FGV, morador em Goiatuba, Goiás, e que estudou por nove anos em uma cooperativa montada por pais de alunos descontentes com o ensino público. Disse ele, quando entrevistado: “Meu projeto de vida não é sair da universidade empregado, mas empregando. Quero montar uma escola”. Uma fala que mereceria destaque nacional, se não estivéssemos idioticamente mais preocupados com estatísticas vacinais, novelhostas (novelas velhas embostadas), a rabolatria funkeira e os fuxiquismos políticos pré-campanha eleitoral, para não dizer dos salafrários inconformados com a conscientização das redes sociais brasileiras, que se agigantam na construção do binômio democracia x nova sociedade, remetendo para a PQP os políticos negativistas e os partidos que apenas balançam os sacos, sem a mínima enxergância social.
Deste canto de página JBF, aplaudo o idealismo do jovem novo universitário. Um desejo que retrata maturidade edificante e postura convincente. Num país que está se revestindo de uma contagiante e muito benéfica não-violência ativa e onde o Ministério Público se vem tornando uma das peças mais importantes para a restauração da dignidade pátria, urge acelerar a emersão de uma nova era, onde a hipercriticidade e a subcriticidade favoreçam, pelas suas extinções, a emersão de uma cidadania consciente, herdeira das nossas melhores tradições, no lixo as posturas e posicionamentos negativistas e fundamentalistas que não mais possuirão ribalta, nem entusiastas racionais, salvo alguns sacripantas travestidos de cordeirinhos do Alto.
Ainda confundimos tradição, modernidade e modernosidade, ora alimentando bloqueios e perplexidades, ora reforçando “soluções de facilidade”, via caminhos curtos, nada evolucionários. Sem perceber que é chegada a hora de uma honesta reestruturação do todo pátrio, abjurando o negativismo em prol de iniciativas libertadoras para gregos e troianos. E de perceber que a sexualidade, não é apenas genitalidade, mas parte inerente de uma dimensão humana permanente e irrecusável, humildemente aceitando que o celibato compulsório, ceifando sadias complementaridades entre serviço e desejo, apenas faz ampliar insuportáveis conflitos, ensejando inseguranças pastorais que prejudicam a própria construção do Reino de Deus entre nós.
Numa sociedade que abriga as mais diversas correntes de pensamento, é dever de honestidade reconhecer que alguns dos seus atuais posicionamentos políticos estratégicos estão muito distanciados dos cotidianos vivenciados em múltiplos outros contextos sócio-culturais evoluídos, gerando “esquizofrenias” as mais disparatadas, que somente favorecem a disseminação de uma hipocrisia social dicotomizada entre uma rigidez anti-humana e uma permissividade que desrespeita o próprio corpo.
O saudoso senador alagoano Teotônio Vilela enojava-se das aves de rapina que desejavam apenas levar vantagem em tudo, com a maior cara-de-pau fantasiadas de gente boa, moralizadores de fachada, verdadeiros sepulcros caiados. E bradava: “Frente à corrupção que destrói o tecido social e compromete a ação política, existe um clamor nacional que não aceita mais o silêncio, a impunidade e a acomodação”. E ratificaria quem proclamasse que “no neoliberalismo, a solidariedade aparece como caridade do poder público frente aos marginalizados do mercado”.
Um maquiavélico faz-de-conta mundial parece sobrepairar sobre tudo e todos. Hoje, comanda-se a máquina pública desprezando-se três imprescindíveis características: Seriedade, Sinceridade e Solidariedade. Que o exemplo do Lucas Martins, se multiplique Brasil afora. Que saibamos diferenciar o joio do trigo na construção de cenários que fortaleçam o Homem, a Pátria e o Trabalho, num regime tornado parlamentarista por lideranças consagradas nas urnas, valores que simbolizem uma geração política não comprometida com as posturas que enojam nossos altaneiros ontens.
PS. Pelo noticiário dos jornais dos últimos tempos, até parece que as alianças partidárias se digladiam dentro de um monturo pra lá de muito fétido, a repetir o Baile da Ilha Fiscal.