"O campeão voltou!": este foi o grito entoado neste domingo, na Humo Arena, no Uzbequistão. O Brasil derrotou a Argentina por 2 a 1 e conquistou a 6ª Copa do Mundo de sua história, para encerrar um jejum de 12 anos, o maior de sua história.
A equipe comandada por Marquinhos Xavier consolidou uma campanha irretocável ao superar, com autoridade, o grande rival continental. Os gols foram marcados por Ferrão e Rafa Santos, mas a atuação do goleiro Willian foi o grande destaque do título brasileiro.
A etapa inicial da decisão foi de muita imposição por parte dos brasileiros, principalmente na primeira metade. O Brasil conseguia sair com muita movimentação e troca de posição da pressão alta do adversário e, com espaços para atacar, criou boas oportunidades para abrir o placar.
Com dificuldade de encaixar a marcação, os argentinos começaram a apelar para as faltas. Foi na segunda delas que a seleção brasileira mexeu no marcador, pela primeira vez: Marcênio cobrou rasteiro a bola na área e Ferrão empurrou para dentro do gol para colocar o maior campeão na frente. A partir dali, outro grande personagem começou a aparecer, o goleiro Willian.
Muralha amarela
O melhor goleiro do mundo, atualmente, deu a sua credencial na final. Conforme a Argentina ia conseguindo superar a boa marcação do adversário, Willian mostrava o porquê de sua equipe só ter sofrido cinco gols, até então, durante todo o torneio. O arqueiro empilhou grandes defesas que mantinham o Brasil à frente do placar.
Mesmo sofrendo mais atrás, a seleção brasileira seguia criando chances para chegar ao seu segundo gol, e ele veio em grande jogada coletiva: Marcel deu uma caneta em jogador argentino, tocou para Felipe Valério que finalizou. Rafa Santos empurrou ,dentro da área, a bola para o fundo da rede.
A etapa final começou da mesma forma em que o primeiro tempo terminou. A Argentina, precisando reverter uma desvantagem de dois gols, seguia pressionando e esbarrava na atuação memorável do melhor goleiro do mundo. William empilhava defesas e mantinha o Brasil com o placar bastante favorável.
Depois do ímpeto inicial argentino, a equipe de Marquinhos Xavier foi retomando controle da partida, aos poucos. A seleção conseguia manter posses de bola mais duradouras e já tinha um maior combate na parte defensiva. A fim de ajeitar as últimas arestas, o treinador brasileiro parou o jogo na metade do segundo tempo, para corrigir a marcação em cima da jogada de pivô do adversário, sua principal arma.
O desespero da Argentina ficou ainda mais escancarado quando, ainda faltando mais de seis minutos pro fim da final, acionou o goleiro-linha para ter um jogador a mais na construção ofensiva e tentar encurralar ainda mais o Brasil. E foi justamente ele quem recolocou os argentinos na partida: Rosa aproveitou rebote e diminuiu a vantagem brasileira no placar.
Após o primeiro gol, a Argentina seguiu pressionando em cima e conseguia espaços para finalizar. Foi aí que, mais uma vez, apareceu a figura de Willian. O goleiro do Brasil fez três grandes defesas, manteve sua equipe à frente do marcador e garantiu o hexacampeonato mundial para seleção brasileira.
Campeão do mundo com atuação memorável na final, a muralha da equipe de Marquinhos Xavier enfatizou a união entre os três goleiros da seleção brasileira, fundamental para seu desempenho durante a competição.
Domínio brasileiro nas premiações individuais
Após o apito final, marcado por muita celebração dos brasileiros, a cerimônia de entrega dos prêmios individuais da Copa do Mundo foi realizada, em que os campeões dominaram em todas as esferas. O artilheiro foi Marcel, com dez gols marcados. Willian, o cara da decisão, foi eleito o melhor goleiro. E os dois grandes jogadores também ficaram com o Brasil: Marlon levou a bola de prata, e Rodrigo foi eleito o craque do torneio.
A presença dos brasileiros no topo de todas as premiações do Mundial premiou a melhor equipe da competição, do início ao fim. Com 100% de aproveitamento, a equipe de Marquinhos Xavier teve a melhor defesa e ataque do torneio, com 40 gols marcados e apenas seis sofridos.
O maior campeão levou seu 6º troféu de dez edições de Copa do Mundo de Futsal. Para além da importância da conquista, que encerrou seu maior jejum, a vitória sobre seu último algoz, Argentina, que eliminou o Brasil na semifinal, em 2021, simbolizou a retomada do rei da modalidade ao trono que conhece melhor que ninguém.