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William Shakespeare
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Victor Hugo
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Editora Petra/Divulgação
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Algumas histórias no mundo da literatura ultrapassam as barreiras do tempo e conseguem dialogar com diferentes épocas, se tornando em clássicos. Ao longo dos anos, essas obras voltam a ser lançadas pelas editoras com novas traduções, tentando se aproximar ainda mais da versão original, ou ainda em edições especiais, com conteúdos inéditos e voltados para colecionadores.
Em comemoração aos 10 anos do Penguin Clássicos, da Companhia das Letras, está previsto para 25 de julho o lançamento de algumas grandes obras no formato de e-book, e posteriormente em versão física. Rei Lear, de Shakespeare, está à frente dos lançamentos. A obra, para a edição especial, foi traduzida por Lawrence Pereira, tradutor de Shakespeare e professor de literaturas anglófonas da Universidade Federal de Santa Maria ao longo dos últimos quatro anos.
Para Lawrence, que também já traduziu Hamlet, o maior desafio de uma obra “tão grande e riquíssima em termos teatrais” foi refazer a ideia da tradução, que já seguia uma linha predominante, até então. “É uma inovação. Em língua portuguesa, é a primeira edição de Shakespeare com comentários longos, com introdução... Então, tem um corpo maior. Permite uma leitura mais abrangente, desde o homem culto, até o público que não possui nenhuma ligação com Shakespeare”, conta o tradutor.
Rei Lear conta a história de um rei que decide se afastar do trono, e oferece às três filhas a oportunidade de dividirem o reino. Para ter certeza de que estava tomando a decisão certa, o rei possui uma exigência: a lealdade delas. Lear quer saber o quanto as filhas o amam. A filha mais nova declara não poder dizer em palavras o amor que sente pelo pai. Furioso, renega a caçula Cordélia. E apesar de a decisão ter sido tomada com a certeza do rei, o pai é traído pelas duas filhas mais velhas. Dessa forma, a obra se desenvolve pelos grandes desentendimentos dessa família.
Desde junho, duas outras obras históricas de William Shakespeare ganharam reedições, mas pela Editora do Brasil. São elas, as peças Hamlet e A megera domada, ambas com tradução de Fernando Nuno e ilustrações de Angelo Abu. A primeira, que disseminou o questionamento “ser ou não ser, eis a questão?”, traz a história do príncipe da Dinamarca, que vive o luto após a morte do pai e precisa entender como viver em meio aos sentimentos de vingança e de traição que o rodam. Já a segunda obra, que se popularizou no Brasil graças a uma adaptação novelesca O cravo e a rosa, acompanha a história das filhas de Battista que ele pretende casar: Bianca, uma doce e gentil menina, e Catarina, a “megera” que não quer o matrimônio.
Narrativas atemporais
O livro de Agostinho de Hipona, o Santo Agostinho, Confissões é outra obra que ganha edição em box pela Editora Preta. A edição esmeralda traz o material dividido em dois volumes, com o prefácio inédito de Luiz Felipe Pondé e tradução de Frederico Ozanam Pessoa de Barros.
“Estamos tendo excelentes experiências com edições de box. São edições belíssimas. Como a gente já tinha a tradução de Confissões na casa não tinha por que perder uma grande oportunidade de colocar esse clássico com uma edição refinada. É um livro que tem presença obrigatória na biblioteca de qualquer um”, comenta Hugo Langone, editor da Petra.
Do fim dos anos 300 e início dos 400, a obra é considerada um marco na história da teologia e da filosofia e rememora a vida e as vivências de Agostinho até a conversão ao cristianismo, aos 33 anos de idade. Bem e mal e o encontro com Deus fazem parte das reflexões do pensador.
“Existe um consenso de que Confissões é, sobretudo, para a áreas de teologia, sociologia e filosofia um dos textos mais importantes da humanidade, em termo de influência. O que impressiona no livro é a gama de temas que ele toca”, analisa Langone. Para o estudioso de Santo Agostinho, autor do livro Chorar por Dido é inútil: Santo Agostinho, as Confissões e o manejo da literatura pagã, a obra também dialoga com o momento atual. “É bastante inspirador, um livro acessível a qualquer um. Há trechos-chave da vida dele, tem esse olhar de autobiografia, mesmo que na época não existisse esse termo exato. Além de falar desse homem, também é uma confissão da gente, fala por nós. Ele descobre muito sobre o coração humano, e isso é atemporal”, completa.
Outro clássico que volta às prateleiras é o drama romântico Os Miseráveis, que ganhou uma edição especial da Editora Nova Fronteira. Com dois volumes, o box traz a história escrita por Victor Hugo em 1862 que gira em torno de Jean Valjean, um homem que após ficar 19 anos presos pelo roubo de um pão busca construir uma nova vida na França. O protagonista consegue enriquecer e se dedica às causas sociais. A história se passa no século 19 e é um manifesto contra as injustiças. Na edição especial, a introdução é assinada por Carlos Heitor Cony, que faz uma análise da obra, com tradução de Casimiro L.M. Fernandes.
*Estagiária sob supervisão de Igor Silveira
Rei Lear
De William Shakespeare. Tradução: Lawrence Pereira. Editora Penguin Clássicos/Companhia das Letras, 320 páginas. Preço médio: R$ 29,90 (e-book).
Hamlet
De William Shakespeare. Tradução: Fernando Nuno. Ilustração: Angelo Abu. Editora do Brasil, 167 páginas. Preço médio: R$ 57,10.
A megera domada
De William Shakespeare. Tradução: Fernando Nuno. Ilustração: Angelo Abu. Editora do Brasil, 157 páginas. Preço médio: R$ 56,10.
Os Miseráveis — Box com dois volumes
De Victor Hugo. Tradução: Casimiro L.M. Fernandes. Tradução revista: Eduardo Rosal e Jorge Bastos Cruz. Editora Nova Fronteira, 1.560 páginas. Preço médio: R$ 149,90 e R$ 84,99 (e-book).
Confissões — Box com dois volumes
De Santo Agostinho. Tradução: Frederico Ozanam Pessoa de Barros. Editora Petra, 496 páginas. Preço médio: R$ 89,90 e R$ 49,90 (e-book).