Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José de Oliveira Ramos - Enxugando Gelo domingo, 27 de novembro de 2022

QUEM TEM MEDO DA VELHICE? (CRÔNICA DE JOSÉ DE OLIVEIRA RAMOS, COLUNISTA DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO)

 

QUEM TEM MEDO DA VELHICE?

José de Oliveira Ramos

 

O que é mesmo, ser “velho”?

 

Por que as pessoas envelhecem, e acabam morrendo?

Por que uma pessoa “velha” não se eterniza?

Quantos “velhos” temos no Brasil?

Ora, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), temos hoje, no Brasil, alguns poucos mais de 213.267.000 habitantes. Desses, garante também o IBGE, 14,8% são de idosos acima dos 60 (sessenta) anos.

Desses, existem afirmativas, são aproximadamente 15 milhões de idosos, sendo que mais de 7,5 milhões ainda trabalham, produzindo algo que tem relevada importância na carga tributária.

Mas, o Brasil sempre foi “irresponsável” no registro de informações que, de uma forma ou de outra possam contribuir para o necessário conhecimento do quantos são e o que fazem. Brasil à fora, existe um considerável número de brasileiros que sequer possuem Registro Civil (Certidão de Nascimento), ficando, assim, fora da contabilidade demográfica.

Tabu – Ser velho ainda é tabu no Brasil. “Ser velho” ainda funciona com ares e tons de ofensas, e numa grande maioria de interpretações, como se “imprestáveis” fossem todos os que, enfrentando dificuldades imensas na vida, conseguiram passar dos 60 anos. São consideradas “raridades” os que ultrapassam as barreiras dos 70, 80 ou 90 anos de idade.

“Faça da passagem do tempo uma conquista, e não uma perda.”

“Velho” tem vários adjetivos no Brasil. Alguns, pejorativos e ofensivos: “velho”, idoso, “coroa”, demente, ancião e outros. Mas, também há os que chamam esse período da vida de “terceira idade” – da mesma forma que poderia ser, também, “última idade”.

O Brasil é um país diferenciado no tocante às conquistas desta parcela da população. Direitos Sociais tem uma dificuldade enorme de sair do papel para a prática – o que acaba por ridicularizar mais ainda quem ultrapassa essas barreiras da vida.

Passagem gratuita nos coletivos?

As vagas estão sempre preenchidas, esgotadas, já foram disponibilizadas. Tudo porque ninguém se dá ao trabalho de verificar se, realmente, a informação é verdadeira. E na maioria das vezes, quando constatado que a informação é mentirosa, fica por isso mesmo e o feito por não feito. Não existe nenhum respeito pela conquista social.

Atendimento preferencial nas filas?

Os atendentes atendem mais vagarosamente que o funcionamento da mente idosa. Nos caixas de bancos, são sempre as filas que “menos andam”.

“A velhice nos traz direitos maravilhosos! Enquanto a juventude é cheia de obrigações, a velhice é o tempo em que vivemos a doce inutilidade.”

Pelo sim ou pelo não, a velhice é o estágio da vida que todos que conseguem chegar, tem consciência de que o fim se aproxima. Já dobrou a esquina e se encaminha célere para o consumatum est.

Finalmente, o que você faz durante a vida, antes da velhice chegar, para estar preparado para o inevitável?

Como a frase grifada acima, você considera a “velhice” uma conquista, ou apenas uma tarefa a mais para os que chegaram depois de você?

Você se preparou para ser “velho”, ou apenas amealhou uma conta bancária e uma gorda poupança para deixar para aqueles que estão ansiosos para você partir imediatamente?

Você é um velho? Pretende sê-lo?

Infelizmente, a “velhice” ainda não te dá o direito dessa escolha.


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