Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo quarta, 09 de janeiro de 2019

QUEM NÃO ADORA AQUELE SABOR DEFUMADO?

 

Quem não adora aquele sabor defumado? A técnica aparece até em drinques e sobremesas

Chefs contam com o que combina e ainda ensinam várias maneiras de como fazer em casa
 
 
Berinjela defumada e maçaricada no missô e cachaça com maionese de wasabi, amendoim no melado e folhas tostadas do .Org Foto: Tomás Rangel
Berinjela defumada e maçaricada no missô e cachaça com maionese de wasabi, amendoim no melado
e folhas tostadas do .Org Foto: Tomás Rangel
 
 
 

Tem um quê de pirotecnia. E isso já poderia ser o suficiente para pedir um prato que leva uma defumação à mesa. Quem não quer um momento “uau” antes mesmo da primeira mordida? Mas, além do fator estético, há o motivo original disso tudo: o sabor. O processo de defumar concentra o gosto, deixa tudo mais salgadinho e muitas vezes ainda com uma crostinha boa.

 

No menu recém-lançado por Tati Lund, do .Org, na Barra, a berinjela defumada e maçaricada no missô e cachaça com maionese de wasabi, amendoim no melado e folhas tostadas mostra que os vegetais também combinam bastante com a técnica. O prato já é um dos preferidos da temporada.

— A fumaça enaltece o sabor dos ingredientes. Qualquer vegetal pode ser defumado, mas invisto nos que têm sabor intenso e são mais carnudos, como a berinjela. Estou testando uma receita nova de um ceviche quente com folhas tostadas que está ficando bem legal. Levar a fumaça à mesa sempre surpreende, as pessoas ficam um pouco hipnotizadas — diz Tati.

A burrata do Ino, em Botafogo, virou figurinha frequente no Instagram. Talvez seja a entrada mais postada da casa. O motivo certamente passa pela defumação a frio que é feita ali, na frente do cliente. A bolota de queijo fresco cremoso temperada com pesto genovês chega em uma redoma de vidro enfumaçada e ainda ganha uma bisnaga de azeite espetada para ser colocada aos poucos. O chef Marcelo Laskani conta que faz uma defumação leve, para não perder a característica do cru.

Burrata com pesto do Ino: virou um dos clássicos da casa por conta da fumaça à mesa Foto: Tomas Rangel
Burrata com pesto do Ino: virou um dos clássicos da casa por conta da fumaça à mesa
Foto: Tomas Rangel

— A burrata é delicada, não pode passar por um processo agressivo. Eu coloco a fumaça na cúpula imediatamente antes de levá-la para a mesa. Fica um sabor bem suave para ela manter sua acidez natural. Os clientes adoram, sentem que fazem parte do processo de produção do prato. Tanto que é a entrada que virou nossa marca registrada — conta o Marcelo, que, na casa de São Paulo, onde serve o menu confiança, prepara mais opções fumês. — Atum fresco, cogumelos, peixe branco... Uso bastante. Vou oferecer mais opções com a técnica, que é antiquíssima, no Ino do Rio a partir de janeiro, quando passarei uma temporada reformulando o cardápio. Penso em fazer defumação quente com cascas de cítricos, que adoro, como laranja-baía e limão, e ervas secas, como alecrim, tomilho e sálvia.

 

Até a batata frita pode ganhar um sabor a mais por conta da fumacinha. No Érico, na Barra, a que leva receita da casa chega com a casquinha crocante e rodeada por uma nuvem branca.

— Queria fazer algo defumado que não fosse a carne. Escolhi a batata frita por ela ser queridinha por todos: o prato passeia livremente por veganos, vegetarianos e carnívoros — conta a chef Janine Sad.

Os drinques não ficam de fora. Taças, copos e que tais também são finalizados dentro da cúpula de vidro. Sabores amarguinhos ganham destaque, mas ainda há opções refrescantes para quebrar alguns tabus.

No Garoa Bar Lounge, no Leblon, o mixologista Igor Renovato coloca algumas opções defumadas na carta. Para dar intensidade de aroma e sabor às receitas, ele utiliza uísque defumados. O Bitter Mix leva soda artesanal de grapefruit, mix de amargos como bourbon, vermute, Fernet e Campari, além de ser finalizado com o especialíssimo uísque escocês Lagavulin Islay 16 anos, que tem notas de madeira, chocolate, pimenta e caramelo.

Bitter mix do Garoa Bar Lounge leva soda artesanal de grapefruit, mix de amargos, uísque e fumaça Foto: Rodrigo Azevedo
Bitter mix do Garoa Bar Lounge leva soda artesanal de grapefruit, mix de amargos, uísque e fumaça
Foto: Rodrigo Azevedo

— Outra forma de preparar o drinque é defumando o copo com casca de macieira. Nesse caso, a fumaça provocada pela madeira entra no lugar do uísque. Apesar de levar mais tempo para preparar, o defumador dá um efeito muito bacana por causa do impacto visual da fumaça — explica Igor.

 

Também há fumaça no balcão do L’Atelier Mimolette, em Ipanema. O mixologista Marcelo Emídio é quem prepara o drinque Mise en Scène, batizado assim por todo ar dramático que ele traz. Defumado com madeira de macieira à mesa, a opção leva bourbon, cointreau, redução de mel com gengibre, soda arsenal de pêssego e ainda é servida em um copo de metal.

— Ao contrário do que se espera de um coquetel defumado, ele é um drinque refrescante e frutado. Escolhi ingredientes que conversam muito bem e uma madeira de árvore frutífera — comenta Marcelo.

FAÇA EM CASA

No fogão

Em uma panela (melhor ser antiguinha), coloque um pouco de carvão, acenda e deixe que ele libere a fumaça. Feche a panela para a fumaça não escapar. Depois, coloque o ingrediente que deseja ali dentro, desligue o fogo e deixe por alguns minutos, para que o sabor defumado seja absorvido.

Com grade ou escorredor

Coloque o carvão vegetal em brasa em uma panela e os alimentos em cima da grade ou do escorredor de metal. É um ótimo método para preparar vegetais.

No forno

Em uma assadeira, coloque o carvão e algumas ervas e feche-a com papel alumínio. Ligue o forno a 250°C e coloque a assadeira na grade de baixo. Quando a fumaça começar a ser liberada, coloque o alimento para ser defumado.

 

Com fumaça líquida

Basta colocar algumas gotas antes de começar o preparo. Combina muito com carnes e peixes, como salmão. Os vegetarianos usam muito em tofus e berinjelas assadas.


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