Os brasilienses têm enfrentado uma situação climática atípica para a região. Devido ao número de incêndios pelo país, uma densa camada de fumaça cobriu o céu da capital pelo segundo dia seguido e tem gerado desconforto e preocupação sobre a qualidade do ar e os impactos na saúde.
A especialista forneceu uma análise detalhada ao Correio, sobre as causas e a previsão para a dissipação desses poluentes. Segundo ela, a ocorrência de fumaça nessa época do ano não é totalmente inesperada, pois o inverno no Planalto Central é caracterizado por baixa umidade do ar, estiagem prolongada e amplas variações de temperatura ao longo do dia.
De acordo com dados do Inmet, Brasília acumula 135 dias sem chuvas, e a tendência é que essa condição persista. "Essas características do inverno, como a baixa umidade e a ausência de chuvas, favorecem o aumento das queimadas, que por sua vez, resultam em grande quantidade de material poluente na atmosfera", explicou a meteorologista.
Segundo Ramos, o vento tem desempenhado um papel crucial na disseminação da fumaça sobre o DF. Nos últimos dias, o predomínio de ventos que vieram do sudeste, somado à ocorrência de queimadas intensas, contribuiu para o transporte da fumaça até a capital federal. "Esse tipo de situação favorece o transporte do material particulado, e com a estabilidade atmosférica que estamos vivendo, ele fica preso e persistindo sobre a cidade", detalhou Andréia.
Até quando a fumaça ficará sobre Brasília?
Sobre a expectativa de dissipação da fumaça, Andréia destacou que duas condições podem acelerar esse processo: a ocorrência de chuvas ou uma mudança na direção dos ventos. Entretanto, a previsão de chuva para os próximos dias é baixa. "Infelizmente, não temos previsão de chuva para os próximos dias. A esperança é que a mudança na direção dos ventos, prevista para amanhã à tarde, ajude a dissipar essa fumaça", comentou.
Ao contrário do que muitos poderiam pensar, a presença da fumaça não piora a umidade do ar. Segundo a meteorologista, os números podem até aumentar por causa da presença de partículas na atmosfera, que ajudam na formação de nuvens. "Hoje pela manhã, a umidade chegou a 95%, mas essa sensação de maior umidade é um efeito das partículas em suspensão", explicou.