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Eliana Feitosa é doutoranda na UnB: "Hoje, um doutor não tem tanta facilidade no mercado de trabalho"
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“O conhecimento para mim é como endorfina, o que dá objetivo e enriquecimento para minha vida. Minha meta sempre foi me tornar uma profissional melhor.” A frase é da doutoranda Eliana Feitosa, 44 anos, que iniciou os estudos em 2018 na Universidade de Brasília (UnB) com o objetivo de se aperfeiçoar no mercado de trabalho. “Quanto mais você estuda, mais sente necessidade em se destacar”, afirma.
O primeiro investimento na carreira de Eliana foi feito 2002. “Comecei dando aula para educação infantil pelo magistério e, depois que o governo passou a cobrar nível superior, decidi cursar geografia. Percebi que, se não me capacitasse no mercado, ficaria para trás”, conta. A moradora de Taguatinga se formou em 2005, e passou em um concurso na Prefeitura de Formosa (GO). Após a conquista, a profissional continuou dedicada aos estudos. Completou uma pós-graduação, atuou na Secretaria de Educação do DF como temporária e trabalhou como concursada na Embrapa, onde ficou até 2018. No período, entrou para o mestrado na UnB, em 2016.
Atualmente, Eliana trabalha como professora da rede pública e do curso de sociologia para ensino da UnB, além de ser instrutora do curso de formação de oficiais da PMDF. “Os dias atuais estão diferentes. Quando eu era mais nova, a formação no ensino médio era suficiente. Hoje, um doutor não tem tanta facilidade no mercado de trabalho. Por isso, busco ser uma profissional cada vez melhor.”
Segundo o professor Bruno Vinícius Ramos Fernandes, do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da UnB, o aumento do nível de educação é proporcional a uma melhor colocação no mercado de trabalho. “Qualquer curso que o cidadão acrescente ao currículo vai trazer uma vantagem competitiva a ele”, explica. Com um cenário de 313 mil pessoas desempregadas no Distrito Federal, segundo último dado da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED-DF), o especialista aconselha a realização de cursos técnicos e especializados. “Aqueles que querem garantir um emprego mais estável devem evitar formações muito amplas”, diz. “Hoje, além de faculdades públicas e privadas que oferecem cursos, existem diversas plataformas on-line com cursos ministrados até por professores de universidades do exterior”, acrescenta.
Para Bruno, investir em profissões voltadas à economia tecnológica, como tecnologia da informação, é uma boa estratégia. “Este mercado está ascendendo cada vez mais em Brasília”, observa. “Conhecimentos em finanças e gestão também são diferenciais. Hoje, as empresas querem um profissional mais completo, que possa ter maior mobilidade e ajudar em outras áreas que não somente a que foi contratado.”
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Cursos ajudaram Iris Lima a realizar o sonho de ter um estúdio de pilates
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SonhoHá 10 anos no mercado de trabalho, a fisioterapeuta Iris Lima, 38, perdeu as contas de quanto investiu na carreira, “seja com cursos on-lines ou presenciais”. Desde a época da faculdade, iniciada em 2010, a profissional utiliza plataformas para se qualificar. “Fiz cursos na área de gestão financeira, de atendimento e atenção ao paciente, de investimento, autoconhecimento e desenvolvimento pessoal”, enumera. “No início, como não tinha tanta experiência, passei a investir em mim. Minha meta sempre foi abrir um estúdio de pilates. Por isso, assim que me formei, comecei uma especialização na área”, conta.
A fim de se preparar para o objetivo, a profissional passou a se qualificar na área de reabilitação de quadril e coluna, além de fazer aulas em administração financeira. “Antes de abrir minha empresa, queria saber como conciliar meu salário com os gastos no empreendimento”, justifica. “Para aprender a vender meu produto, também mergulhei em conhecimentos sobre vendas e telemarketing.”
O sonho foi realizado em fevereiro de 2019. “Com o tempo, vi que, quanto mais eu investia em mim, maior era o retorno”, pontua. No ano passado, Iris chegou a fazer cursos fora de Brasília. “Em abril, fui para São Paulo aprender sobre quiropraxia instrumental, que é uma técnica de ajuste articular feita com um instrumento chamado impulse. Consegui pagá-lo vendendo pipocas gourmet”, revela. “Quando há foco, sempre é possível alcançar nossos objetivos”, reflete.
MotivaçãoRenan Ferreira decidiu não se acomodar, mesmo depois de um ano desempregado. A motivação para obter novos conhecimentos trouxe oportunidades para o técnico de edificações. Ao observar o mercado de trabalho, ele percebeu uma carência de profissionais qualificados na função de bombeiro hidráulico: “Trabalhava informalmente na área e percebi que, com especialização, há maior chance de crescimento”. Um familiar o alertou para uma vaga no Senai. “Comecei o curso em agosto de 2018 e me formo em agosto deste ano”, diz. O investimento valeu a pena, pois Renan passou a ter maior segurança e técnica nos procedimentos que a profissão exige. “Aprendizado nunca é demais. Futuramente, pretendo conhecer mais as áreas de marcenaria e de energia fotovoltaica”, planeja.
Três perguntas paraStèphanie Brasil, Life & Executive Coach pela Sociedade Latino-Americana de Coaching (SLAC)
Como se manter motivado no ambiente de trabalho e na busca por emprego?Acho importante sempre manter em mente qual o motivo e a razão para a pessoa atuar na área em que trabalha ou saber o que busca. E, como consequência, que as ações e crenças estejam alinhadas com o essa busca.
Qual a chave para a realização profissional?A chave para a realização pessoal e profissional é o autoconhecimento, que é adquirido por meio de uma observação profunda de si. A partir daí, é possível ter um direcionamento para a mudança. A transformação é um processo que vem de mais consciência de como penso, de quem eu sou e do que sinto como humano. O problema é quando a pessoa coloca o foco apenas no profissional. Você pode ser bem-sucedido, mas, se não trabalhar o lado emocional, nunca vai desfrutar das coisas que gosta.
Como as pessoas podem melhorar como profissionais?O primeiro passo é identificar o que se quer melhorar: quero me atualizar em um determinado assunto? Especializar-me em algo? O segundo é buscar apoio e referências, por exemplo, em livros e cursos. O terceiro passo é o plano de ação, ou seja, tomar atitude de fato.