PURO-SANGUE
Dalinha Catunda
Ele era um puro-sangue.
Ímpar em sua beleza.
Porte altivo e elegante,
Trazia um ar de nobreza.
*
Paixão a primeira vista.
Não tive como escapar.
Garboso me farejava,
Fui seduzida a montar.
*
Montei com a maestria,
De quem domina o oficio.
Montar aquele alazão,
Não foi nenhum sacrifício.
*
Tinha narinas acessas.
Cadência no trote tinha
Agarrei-me ao seu pescoço,
No galope que ele vinha.
*
Galopamos loucamente,
Quase perdemos o chão,
Campear no paraíso,
Era sorver emoção.
*
Estrelas intermitentes,
E sinos a badalar.
O prazer feito cascata,
Coroava o cavalgar.