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"É um momento histórico", define Bruno Cardoso, vocalista do Sorriso Maroto
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Cia de Comédia Melhores do Mundo apresenta adaptação de Hermanoteu na Terra de Godah
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“Inicialmente, achamos que seria fácil, mas não é”, comenta Aci Carvalho, um dos idealizadores do projeto Drive Show Brasília. Marcado para começar hoje, com show da banda Capital Inicial, o evento, montado no estacionamento do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, no Eixo Monumental, uniu o trabalho de nove produtoras da cidade — Influenza, AC Eventos, Verri&Verri, Flap Live Marketing, Giral Projeto, Time, OhArtes!, Pissu Produções e R.A. Eventos — e estima mobilizar, diretamente, 500 profissionais, entre técnicos, orientadores de trânsito, segurança, serviços gerais, limpeza, artistas, além de uma cadeia indireta.
A palavra que resume o projeto é desafio. “Todos achavam que este ano não seria possível ter eventos presenciais com segurança. Mas a gente não vende ingresso, não vende bebida, a gente vende emoção, alegria e esperança”, resume Carvalho. Depois de meses de planejamento e uma convergência de ideias entre os realizadores, é hora de abrir as portas do que eles definem como o maior drive show do país. “Tanto na quantidade artística, porque é o maior em número de shows, quanto no volume de carros”, completa.
Ao todo, serão sete fins de semana com atrações musicais, infantis e de humor. O espaço tem uma área com cerca de 64 mil m² e tem capacidade para 600 carros estacionados, com a distância mínima de 2 metros entre eles. Na quinta-feira última, houve um evento teste que lotou o Drive Show Brasília. “É emocionante ver que as pessoas estão querendo voltar ao normal com responsabilidade e segurança, sem abrir mão do entretenimento que faz parte da cura deste momento que estamos passando”, avaliou um dos idealizadores.
Estrutura
Carvalho relembra que, ao desenhar o projeto, o objetivo era trazer para a capital do país uma estrutura diferenciada, aproveitando, inclusive, dos anos de experiência das produtoras envolvidas. Para além do palco com quase 40 metros e de um sistema de sonorização distribuído por toda a arena, os organizadores imaginaram transformar o estacionamento em experiência.
Não à toa, talvez, o principal quebra-cabeça desse tipo de entretenimento esteja na comunicação. “Nosso maior desafio foi convencer as pessoas de que esse formato é seguro e uma experiência boa. Mostramos modelos de outros países nos quais as pessoas transformaram as gargalhadas em buzinas nos espetáculos de humor, e no qual as crianças saiam no teto solar do carro para participar das atividades infantis. Havia uma desconfiança muito grande, acima de tudo devido à segurança, e buscamos sanar e responder todas as dúvidas”, conta. Os produtores trabalham com a possibilidade de sold out nos três espetáculos do primeiro fim de semana.
Além de Capital Inicial, a agenda da estreia conta com show do grupo Sorriso Maroto e com apresentação da peça Hermanoteu na terra de Godah, da Cia. de Comédia Os Melhores do Mundo. “A expectativa é grande, porque é uma novidade para a gente”, afirma a atriz e humorista Adriana Nunes. Chamou a atenção do grupo, que este ano celebra 25 anos de trajetória, o sistema de som do projeto e o esquema dos telões. “Existe uma diferença grande que é estar longe do público. Nos nossos trabalhos estamos conversando com a plateia, isso faz parte, então, acho que a gente vai sentir mais do que o público. A oportunidade de poder trabalhar é ótima, e vamos ver como será a reação com buzina e farol”, brinca a integrante da companhia.
Apesar de não ser uma peça inédita, Os Melhores do Mundo fizeram adaptações no roteiro original e reservam surpresas para o público. Adriana adiantou que haverá um manual de instruções para estabelecer uma conexão entre atores e plateia, bem como a apresentação de vídeos da companhia antes do espetáculo. “O público está ali para ver um espetáculo e a gente vai apresentar”, garante. A atriz pontua que todos os cuidados estão sendo tomados. Os atores fizeram o teste para a covid-19 e os camarins serão separados.
» Segurança
O Correio reuniu algumas dúvidas frequentes e questionou como serão os protocolos sanitários e de segurança do evento. Confira:
Alimentação:
Ao estacionar o carro, em cada vaga, haverá um banner com um QR Code que dá acesso a um aplicativo que disponibiliza o cardápio do evento. Pelo app, a pessoa pode fazer o pedido e pagar. Feito este processo, dentro de alguns minutos o pedido será entregue no seu carro.
Banheiro:
Ao contrário de outros eventos no formato drive-in, o Drive Show Brasília optou por não usar de aplicativos para organizar a demanda por banheiro. De acordo com Carvalho, próximo dos banheiros foram feitas marcações para garantir o distanciamento. Além disso, haverá a aferição da temperatura, álcool em gel, bem como pia com água e sabão. “Ao todo, são quatro banheiros sendo dois masculinos e dois femininos para cada área. Optamos por uma quantidade superior para termos a tranquilidade que não haverá aglomeração”, explicou um dos idealizadores.
Posso sair do carro?
A recomendação, inclusive de acordo com decreto do Governo do Distrito Federal (GDF), é que o cliente tem que permanecer no interior do veículo. “Durante todo o evento, haverá uma equipe monitorando as pessoas que eventualmente saiam dos carros”, explicou Aci Carvalho.
Recomendações gerais:
» Permitido o acesso somente de veículos de passeio fechados, conforme legislação vigente. Veículos conversíveis apenas serão
liberados com capota fechada;
» Vagas com distanciamento de 2 metros entre os veículos;
» Uso obrigatório de máscara, exceto no interior do veículo;
» Eventos no mesmo dia — como a programação infantil e os shows noturnos — são tidos como distintos. Portanto, ao final de cada um, o carro deverá se retirar e retornar, caso tenha comprado o ingresso de uma apresentação à noite.
» O evento oferece diferentes formatos de “amigo da vez”, como o motorista de aluguel, para evitar que os motoristas
dos carros bebam e dirijam.
» Entrevista // Bruno Cardoso
vocalista do Sorriso Maroto
Qual repertório estão trazendo para Brasília?
Estamos levando para a estrada um pouco do feedback que tivemos das lives. Esse momento de quarentena tem uma relação muito grande com o passado, as pessoas passaram a olhar um pouco mais as coisas boas que viveram e a música está presente nisso tudo. Então, estamos levando um pouco dessa sensação para o Drive Show, focado nas músicas antigas, nos clássicos do Sorriso, mas sem perder de vista os principais sucessos da atualidade, como Reprise e Sinal vital.
É o primeiro show de vocês neste formato?
É o primeiro e estamos ansiosos para ver o público, por mais que seja de uma forma diferente, mas a gente sabe que tem uma galera saindo de casa para curtir a sua banda preferida. Então, será especial não só pra nós quanto para a galera que estará lá curtindo e cantando com a gente.
O que acham que será diferente nesse formato?
Liguei para alguns amigos e perguntei como era, o que sentiram, e o primeiro feedback é que a primeira pisada no palco é muito diferente. A gente está há muito tempo sem pisar no palco, sem essa sensação de fazer um show. A live tem outro comportamento, um pouco mais frio, não tem interação real com as pessoas, a gente imagina o que as pessoas estão fazendo. No drive-in, você vê o público, mas são pessoas dentro de carro, então, aquele primeiro grito do primeiro contato do público com o artista vem por meio de buzinas, e sinais com faróis. Estou louco para viver essa experiência, guardá-la e contar para os nossos filhos e para as bandas que virão. É histórico.
Drive Show Brasília
Hoje, show da banda Capital Inicial a partir das 22h. Amanhã, Sorriso Maroto, também a partir das 22h. Domingo, apresentação da peça Hermanoteu na terra de Godah, da Cia de Comédia Os Melhores do Mundo, a partir das 21h. No Estacionamento do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Os ingressos podem ser adquiridos nas plataformas Furando a Fila e O que vem por aí e também nas lojas das Óticas Diniz e Bendito Food. Os preços variam entre R$ 90 e R$ 480 por carro. Cada carro, independentemente do tamanho, pode entrar com no máximo quatro pessoas.