Encarecendo perdão pelo neologismo utilizado no título acima, a intenção é positiva: alertar os que estão prestes a ingressar no mercado de trabalho e aqueles que já se encontram no seu campo profissional, sejam veteranos ou principiantes. O mote me foi oferecido por um dos mais eficazes head-hunters do Brasil, quando de recente debate patrocinado on line por um centro profissionalizante, em Belo Horizonte.
Quais deveriam ser as características de uma pessoa talentosa, diante das mutabilidades contínuas que estão se verificando no mundo inteiro pós pandemia? Explicitando as dez mais notáveis, todas elas interdependentes e intercomplementares, acredito estar favorecendo a caminhada dos empreendedores criativos, encarecendo aos veteranos um “alerta geral” nos seus futuros comportamentos e relacionamentos múltiplos:
1. Nunca esmorecer a capacidade de ser permanentemente um curioso, um perguntador, sempre desenvolvendo novas habilidades e despertando novos interesses além-trabalho.
2. Encarar a Vida como uma missão, jamais a entendendo como uma carreira. Conhecer bem as fontes nutrientes e as energias geradoras, sempre preservando a individualidade, sem resvalar para atitudes individualistas, suicidas sob todos os vieses profissionais.
3. Desenvolver um savoir-faire cultivando o humor, permanecendo otimista sem jamais reagir compulsivamente diante de atitudes negativas ou extemporâneas, jamais tripudiando sobre as fraquezas dos outros, tendo consciência da capacidade de perdoar e/ou esquecer ofensas desagradáveis, mesmo humilhantes.
4. Manter-se constantemente atualizado em relação a assuntos e cenários profissionais recentes, sendo socialmente ativo, possuindo muitos amigos e uns poucos confidentes.
5. Sabe rir de si mesmo, dimensionando, sem exageros positivos ou negativos, o seu próprio valor. Perceber as similaridades e as diferenças em cada uma das situações enfrentadas. E aceitar elogios e críticas de forma equilibrada, sem reações impulsivas, enxergando o sucesso no fracasso, por mais penoso que ele tenha sido.
6. Saber contemplar rostos antigos de maneira nova e velhas cenas como se fossem a primeira vez. Redescobrir as pessoas a cada encontro, interessando-se por elas, jamais as rotulando com base em sucessos ou fracassos anteriores.
7. Saber fazer uso da força conjunta, acreditando nas capacidades alheias, nunca se sentindo ameaçado pelo fato dos outros serem melhores, sempre aprendendo a separar as pessoas dos problemas, não disputando posições, a liderança lhe sendo conferida por natural manifestação da maioria.
8. Exercitar regularmente as quatro dimensões da personalidade humana: a física, a mental, a emocional e a espiritual, orientando-se para as soluções criativas, sem resvalar para irresponsabilidades doidivanas ou encenações histriônicas.
9. Jamais se esconder sob o manto da resignação, consciente de que ele é o hospedeiro maior da mediocridade.
10. Renunciar às alternativas perfeccionistas, reconhecendo todas elas como estratégias de protelação. Como embasamento geral, afastar-se da rotina, enfrentar o desconhecido e motivar-se para adquirir novos saberes, uma trilogia capaz de resistir à “tentação do ótimo”, sem qualquer dúvida o maior inimigo do bom. E nunca perder a convicção de que o justificatório, o lamentatório, o comparatório, o esperatório e o protelatório são os principais componentes patológicos dos processos decisórios da atualidade planetária.
E se cair, levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima, mandando pessimismo para a puta que pariu.