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O grau de risco de ameaça ao presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), é considerado acima do normal e também o maior em relação aos antecessores. O grupo de inteligência multidisciplinar das forças de segurança públicas e de Estado têm informações que sinalizam perigo para o futuro presidente. Os dados estão sendo utilizados para definir estratégias e garantir a segurança do pesselista no dia da posse, em 1º de janeiro, na próxima terça-feira.
As análises vêm sendo colhidas desde antes de o presidente eleito sofrer um atentado, em 6 de setembro, em Juiz de Fora (MG), durante a campanha eleitoral. Com a vitória nas urnas, o mapeamento de ameaças se intensificou. Desde então, o grupo composto pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, pela Polícia Federal (PF), pelas Forças Armadas e pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) levantou diversas informações para monitorar os riscos a Bolsonaro, explicou o responsável pelo Comando de Operações Aeroespaciais (Comae), major-brigadeiro do Ar, Ricardo Cesar Mangrich.
Desde uma informação mais robusta e concreta, a algo menor ou até “achismos”, tudo é meticulosamente monitorado, disse ele. “Existe um processo metodológico para se chegar e medir o grau de ameaça. Informes, informações, algumas até um pouco dispersas. Mas tudo isso compõe um cenário para o risco avaliado. Não é alto ou altíssimo, mas foi considerado fora da normalidade. Por isso, adotamos uma postura extremamente protetiva”, destacou Mangrich.
As ameaças por terra estão sob monitoramento do Comando Militar do Planalto. Dentro do efetivo militar a ser empregado na posse, ainda não anunciado pelo Exército, estão 28 atiradores de elite, localizados estrategicamente nos topos dos ministérios desde às 3h. A segurança será reforçada até no Aeroporto de Brasília. As polícias federal, militar e civil vão aumentar o efetivo no terminal.
MonitoramentoPelo ar, os riscos serão monitorados pelo Comae, departamento supervisionado pela Força Aérea Brasileira (FAB). As operações aeroespaciais estarão atentas a todo e qualquer tipo de aeronave que sobrevoar um raio de 130km a partir da Praça dos Três Poderes, na Esplanada dos Ministérios, sobretudo ultraleves. Para Mangrich, são modelos que apontam uma probabilidade maior de risco.
Aeronaves de baixa performance são costumeiramente usadas, fruto de roubo ou sequestro pelo narcotráfico. Por serem de pequeno porte, são pouco complexas e de fácil acesso para os criminosos. “Essa é a maior ameaça”, admitiu Mangrich. O titular do Comae assegurou, no entanto, que a segurança do espaço aéreo estará garantida. “Teremos mais de 1 mil homens e 20 aeronaves”, declarou.
Apesar de o uso de ultraleves ser ligado ao narcotráfico, Mangrich negou alguma vinculação das ameaças a Bolsonaro com o crime organizado. O grau de risco, reforçou, não é de uma organização específica ou órgão internacional ou nacional. Uma série de pequenas informações levou à consciência de que o risco está além do normal”, justificou.