A propósito do Carnaval que passou, recebi hoje, 2 de março de 2017, esta correspondência do leitor que se assina Mozart, residente em São Bernardo do Campo (SP):
Em São Bernardo do Campo, onde moro, foram cortadas verbas para as escolas de samba, mas não se pergunta que destino que esta verba que não foi gasta deu foco. O cidadão em si não sabe em quem confiar, no novo ou no velho, quem sabe e quem diz que sabe. Não foi gasto nada em Cultura, aliás querem extinguir a cultura radicalmente. Os únicos que mantém a memória intacta, sem desvios duplos sentidos, são pessoas que estão escritos os nomes em livros feitos em 1982 por um ex-prefeito. O que Tito Costa (ex-prefeito de 1982) fez marcou nossas vidas e por isso talvez sejamos além da capital do automóvel e dos móveis, a cidade das bandas... meu blog explica e conta a história, pois só aprendi a fazer blogs depois de 2009 com a ajuda de Benvindo Siqueira. Qualquer gestão que estiver, certamente não conhece a cultura como deve ser, e músico não é burro pra se enfiar na política, mas está sendo difícil ficar calado com tanta miséria pra cima dos músicos! Finalmente, gostaria de dizer que foi ótimo teus coloques de músicas carnavalescas, mas como disse, o pessoal está tão sem iniciativa que não rolou nada.
R. E. - Prezado Mozart, grande tem sido meu esforço em ajudar os instrumentistas de sopro no que ainda resta do Carnaval Brasileiro Orquestral. Para isso, disponibilizei neste Almanaque as partituras das 100 marchinhas e dos 100 sambas carnavalescos mais tocados e cantados de todos os tempos, para ambos os naipes – trombone e sax alto; e pistom, sax tenor e clarineta –, totalizando 400 peças. Em muitas localidades, esse esforço foi quase em vão, pois a preferência de alguns órgãos públicos para a contratação oficial praticamente desconhece os Músicos de Sopro.
Aqui em Brasília, louvo a resistência do Pacotão, que teima em desfilar ao som de metais, palhetas e percussão, relembrando marchinhas, sambas e frevos tradicionais, além de apresentar novas composições do Bloco. Mas o resultado é alarmante: enquanto os grupos de outros estilos musicais congregaram multidão calculada envolta de 300 mil foliões, o Pacotão conseguiu arrastar apenas 2 mil no domingo gordo.
Hoje, não vejo futuro alvissareiro para os jovens estudantes de instrumentos de sopro, a não ser incorporar-se a alguma Orquestra Sinfônica ou Banda de Música Militar, isso submetendo-se a rigorosos testes, equivalentes a vestibular para ingresso numa Faculdade.
São os sinais dos tempos! Mas não percamos as esperanças!
Agradeço, de coração, a referência positiva quanto a meu trabalho de postagens de partituras neste Almanaque!
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