Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo sábado, 06 de maio de 2017

PRÉ-SAL RENDEU US$ 133 MILHÕES DE PROPINA AO PT, AFIRMA DUQUE

Pré-sal rendeu US$ 133 milhões de propina ao PT, afirma Duque

No total, estaleiros teriam repassado US$ 200 milhões ao esquema

POR CLEIDE CARVALHO E DIMITRIUS DANTAS

Renato Duque volta a prestar depoimento à Justiça - Reprodução

SÃO PAULO - Os contratos de sondas para exploração do pré-sal renderam ao PT cerca de US$ 133 milhões em propina, segundo calculou o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Esse valor, segundo ele, seria dividido entre o partido, o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente Lula, cuja parcela seria gerenciada pelo ex-ministro Antonio Palocci. Em depoimento ao juiz Sergio Moro na sexta-feira, Duque disse ter feito, na época, uma planilha para justamente calcular quanto ele e os petistas receberiam de propina dos estaleiros responsáveis pelo fornecimento de sondas para a Petrobras.

— Os dois terços do partido Vaccari me informou que iriam para o PT, para José Dirceu e para Lula, sendo que a parte do Lula seria gerenciada por Palocci. Na época eu conversei com (Pedro) Barusco e passei essa informação para ele, falei que ele não estava lidando com peixe pequeno — disse Renato Duque.

 

O ex-diretor da Petrobras contou que quem primeiro negociou a propina com os estaleiros foi Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras que foi trabalhar na Sete Brasil. O acerto era de 1% sobre o valor do contrato, à exceção dos estaleiros Keppel e Jurong, que pagariam 0,9%. A intenção de Barusco era dividir a propina meio a meio: metade para “casa”, representada pelos executivos da Sete Brasil e Petrobras, metade para o PT.

Quando Vaccari chegou com a determinação de que o PT ficaria com dois terços da propina, Barusco teria reclamado, pois tinha negociado com as empresas e ficaria com a menor fatia.

 

— Eu intervi. Calma, não é bom reclamar, você pode ser tirado daí e ficar com zero — contou Duque.

O ex-diretor da Petrobras disse que já tinha saído da estatal quando o contrato das sondas foi fechado e que Barusco pediu para usar uma conta bancária dele no exterior, no banco Cramer, na Suíça, para receber os depósitos, pagando em troca um percentual.

Em seu depoimento, Duque contou ainda que toda propina recebida era administrada pelo então gerente executivo da Diretoria de Serviços, Pedro Barusco, que cobrava as empreiteiras e providenciava o depósito nas contas que mantinha na Suíça e em Mônaco. Duque prometeu atuar a partir de agora para tentar facilitar a devolução para a Petrobras de propina depositada no exterior.

O ex-diretor da estatal informou ter recebido valores por meio de três contas, cujo saldo somaria aproximadamente € 20,5 milhões. Os valores foram bloqueados por autoridades do Principado de Mônaco e da Suíça no início de 2015, por causa das investigações da Operação Lava-Jato.

— Gostaria de enfatizar meu interesse de assinar uma repatriação, o que for necessário, para que esse dinheiro venha e volte aí para quem de direito — afirmou o ex-dirigente.

Duque já foi condenado à prisão em função dos valores que detinha no exterior, em contas mantidas no Banco Julius Baer, de Mônaco, em nome das offshores Milzart Overseas (€ 10,2 milhões) e Pamore Assets (€ 10,2 milhões).

DINHEIRO DE SOBRA

Segundo Duque, Barusco o informava dos depósitos. No entanto, após as propinas chegarem a um determinado valor, ele diz ter parado de controlar os pagamentos.

 

 

— Não é questão de preguiça. Quando atingiu determinado valor, aquilo era mais do que suficiente. Por que vai querer juntar, juntar, juntar dinheiro? E eu não usei — afirmou Duque, emendando: — Quando atingiu US$ 10 milhões, eu disse “Isso é muito mais do que eu preciso para viver... e a minha terceira geração”. A partir daí, eu nem controlava.

Duque foi delatado por Barusco que, em 2015, disse ter repassado quinzenalmente R$ 50 mil provenientes de propina ao seu ex-chefe. Barusco revelou que Duque era desorganizado com suas finanças, o que o obrigava a administrar suas propinas e a repassar ao ex-diretor da estatal. Segundo Barusco, Duque recebia sempre em dinheiro vivo.

Duque deixou a Petrobras em 2012, mas disse que chegou a receber um pedido, que seria de Lula, para que não saísse.

 

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