Pode parecer estranho, mas um problema que afeta a população suína lá do outro lado do mundo pode impactar as suas finanças
No vídeo a seguir eu te conto como os porcos criados lá do outro lado do mundo podem mexer com o seu dinheiro:
Segundo uma lenda urbana, se todos os chineses pulassem ao mesmo tempo, a Terra poderia sair de órbita. Exageros à parte, é fato que o tamanho da população da China faz com que qualquer coisa que aconteça no gigante asiático tenha reflexos significativos no resto do mundo.
Como a China é o principal parceiro comercial do Brasil, os padrões de consumo do maior mercado do planeta têm impacto direto no nosso bolso, de maneiras que às vezes nem conseguimos imaginar. O mais recente abalo vindo do extremo Oriente é uma doença que vem afetando os porcos chineses e que pode ter pelo menos três consequências importantes por aqui. Peste suína na China: e eu com isso?
É que a China é o país que mais produz e consome carne de porco no planeta. O consumo per capita desse tipo de proteína no gigante asiático equivale ao nosso consumo per capita de frango. Um baque dessas proporções na produção chinesa abre caminho para diversos países aumentarem as exportações de todo tipo de carne para a China, entre eles o Brasil.
Essa mudança de dinâmica pode afetar o bolso do brasileiro de três formas. A primeira e mais óbvia é no desempenho das ações das empresas de alimentos que vendem produtos de proteína animal. É o caso do frigorífico Marfrig; da BRF - dona das marcas Sadia e Perdigão; e da JBS - dona das marcas Seara e Friboi. As ações dessas três companhias, aliás, foram as que mais subiram em abril entre as ações do Ibovespa.
O segundo impacto, menos evidente, se dá na inflação. Com o aumento da demanda global por proteína animal, os preços desses produtos tendem a subir. Ou seja, de cara, o seu churrasco ou mesmo o seu franguinho grelhado podem ficar mais caros. Além disso, nos países onde o consumo de carnes tem peso relevante no cálculo dos índices de preços, como é o caso do Brasil, a inflação pode ficar pressionada. Muitos economistas e instituições financeiras revisaram para cima as suas expectativas para a inflação brasileira.
Isso leva à terceira consequência: a falta de espaço para a taxa básica de juros, a Selic, cair mais. Como a Selic está no seu menor patamar histórico, ela em tese poderia sofrer novos cortes, já que a nossa economia não está engrenando de jeito nenhum. Mas com o aumento da pressão inflacionária, o mais provável é que ela fique onde está.
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