Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Cícero Tavares - Crônicas e Comentários terça, 14 de julho de 2020

POR UM PUNHADO DE DÓLARES (1) – A MAGNA TRILOGIA DO DIRETOR SERGIO LEONE

 

 

POR UM PUNHADO DE DÓLARES (1) – A MAGNA TRILOGIA DO DIRETOR SERGIO LEONE

Texto escrito com a colaboração do estudioso de filmes de faroeste D.Matt.

Clint Eastwood em cena magna de “Um Punhado de Dólares”

Nasce uma lenda: “Por um Punhado de Dólares”. (Per um Pugno di Dollari) – Itália – Espanha – Alemanha Ocidental – (1964). Um sangrento e cruel conto de fadas adulto.

Primeiro filme da Magna Trilogia dos Dólares ou Trilogia do Homem Sem Nome, estrelada por Clint Eastwood (o pistoleiro solitário), no papel principal, filmado na Itália, na Espanha e na Alemanha Ocidental. Dirigido pelo genial diretor italiano Sergio Leone.

Nesse primeiro filme da série, todos os atores, técnicos e diretores estão com os nomes americanizados. O diretor Sergio Leone consta como sendo Bob Robertson. A trilha sonora ficou a cargo do genial maestro Ennio Morricone, que usa a sensibilidade musical para marcar presença. Nos créditos do filme seu nome aparece como Leo Nichols. Cacoetes da época.

“Por um Punhado de Dólares” provoca uma forte impressão no telespectador. Dirigido com precisão, porém sem o rigoroso estalão empregado em Três Homens em Conflito (1966) ou Por Uns Dólares a Mais (1965), Por Um Punhado de Dólares é uma espécie de crônica impiedosa que nos deixa em estado de atenção durante toda sua projeção e termina por nos fazer sorrir com amargura para a tela. A história é simples, transportada quase que de maneira integral do filme “Yojimbo – O Guarda-Costas”, de Akira Kurosawa. No caso específico desse início da Trilogia dos Dólares, temos um pistoleiro solitário e sem nome (Clint Eastwood), que chega a uma pequena vila na fronteira dos Estados Unidos com o México, um lugar dominado por duas famílias de bandidos e contrabandistas, os Baxters e os Rojos.

Apesar de não constar na apresentação, o filme cujo roteiro dispensa comentário, foi escrito por várias mãos, como sendo Sergio Leone, Andrés Catena, Jamie Comas Gil, Fernando Di Leo, Duccio Tessari, Tonino Valerii, com versão inglesa de Mark Lowell e Clint Eastwood.

Isso não desmerece em nada o filme, pois o roteiro original e a cópia italiana são perfeitos, com muita ação e belamente interpretados. A versão italiana é colorida. Quanto à versão japonesa é em preto e branco. A versão japonesa é considerada um clássico. Mas o filme “Por um Punhado de Dólares” tem uma interpretação muito convincente do ator Clint Eastwood, que foi dirigido magistralmente pelo diretor Sergio Leone, que desde este seu primeiro filme como spagheti western, demonstra a que veio e nos dá uma aula de como dirigir um filme com segurança e genialidade, isso com pouco recurso.

A História tem muito suspense, a direção é soberba e os atores são todos de primeiríssima qualidade, muitos são celebridades do cinema italiano, que confiaram no talento do diretor Sergio Leone, aceitaram o papel secundário e realizaram um belíssimo trabalho interpretativo.

Necessário faz-se chamar a atenção dos leitores para uma característica muito usada pelo diretor Sergio Leone em todos os seus filmes, sendo que neste ele usa e abusa inteligentemente dos closes. São praticamente centenas de closes em todas as cenas. O diretor procura mostrar aos espectadores a reação dos personagens com closes longos e repetidos a exaustão e os personagens reagem belamente com essa técnica com belíssimos e expressivos closes em quase todas as cenas.

As cenas finais são antológicas, principalmente o duelo final, no qual o personagem (sem nome) interpretado pelo ator Clint Eastwood, usa um escudo de ferro embaixo do seu ponche. Cena esta já histórica e sabiamente aproveitada pelo diretor Robert Zemeckis no filme “De Volta Para o Futuro nº. 3” com um resultado de muita criatividade.

A Trilha sonora é tão importante neste filme, como se fora um personagem vivo e testemunha presente dos fatos. A música pontua, chama atenção para pequenas cenas, pequenos gestos e segue os atores nas cenas em que há alguma expectativa, de modo insistente como a advertir os personagens do que está por vir. A música é um personagem do filme, coisas do maestro Ennio Morricone que já declarou que antes de fazer a música ele precisa conhecer toda história do filme e mais importante: acompanhar as principais cenas da filmagem, como ele fez no clássico “Era Uma Vez no Oeste” o que resultou naquela magnífica obra-prima do western spaghetti.

“Por um Punhado de Dólares”, apesar do pouco recurso para realizá-lo, já nasceu clássico.

Trilha sonora de “Um Punhado de Dólares do genial Ennio Morricone

 


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