Acredita? Ontem o porquê provocou polêmica no Twitter. O pomo da discórdia foi esta frase: “Nota-se porque o Brasil está no nível de educação em que está”. Um seguidor questionou a grafia. Muitos palpitaram. Uns disseram que era junto. Outros, separado. Alguns, com acento. Uns poucos, sem o chapeuzinho. E daí? Melhor saber o porquê dos porquês. Use:
Por que
- nas perguntas diretas: Por que os professores estimulam a leitura? Por que a evasão escolar é alta no Brasil?
- nos enunciados em que é substituível por “a razão pela qual“: É bom saber por que (a razão pela qual) os professores estimulam a leitura. Explique por que (a razão pela qual) a evasão escolar é alta no Brasil. Nota-se por que (a razão pela qual) o Brasil está no nível de educação em que está.
Por quê
A dupla com chapéu só tem vez quando o quezinho for a última – a última mesmo – palavra da frase. Por quê? Ele é átono. No fim do enunciado, torna-se tônico. O acento lhe dá a força: Os professores estimulam a leitura por quê? A evasão escolar continua alta, mas poucos sabem por quê. Que tal descobrir por quê?
Porque
Com essa cara, juntinho, sem lenço nem documento, porque é conjunção causal ou explicativa: Os professores estimulam a leitura porque bons textos enriquecem o vocabulário. A evasão escolar é alta porque muitas crianças trabalham em vez de ir à aula.
Porquê
Assim, coladinho e com chapéu, o porquê torna-se substantivo. Para mudar de classe, precisa da companhia do artigo ou de pronome: Explicou o porquê da evasão escolar. Certos porquês quebram a cabeça da gente. Esse porquê se inspira em outro porquê.
Resumo da ópera: não há por que temer os porquês. Quem entendeu a lição sabe por quê.