Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Dad Squarisi - Dicas de Português quinta, 06 de abril de 2023

PONTO E VÍRGULA: QUANDO USAR (2)

 

Ponto e vírgula: quando usar (2)

Publicado em português

Montaigne, há 400 anos, ensinou que o estilo tem três virtudes – clareza, clareza e clareza. A razão é simples. Mário Quintana a expôs num texto divertido. Disse ele: “O autor pensa uma coisa, escreve outra, o leitor entende outra, e a coisa propriamente dita desconfia que não foi dita”.

O ponto e vírgula é fã da clareza. Daí a importância de saber empregá-lo e, com isso, facilitar a vida do leitor que se deixará conquistar pelo enunciado fácil e sem ambiguidade. Quer ver? Examine esta frase:

João trabalha no Senado, Pedro trabalha na Câmara, Carlos trabalha no banco, Beatriz trabalha na universidade, Alberto trabalha no shopping.

O período está correto e compreensível. As vírgulas separam as orações coordenadas. Mas há um senão. A repetição do verbo torna-o cansativo e denuncia o autor preguiçoso.

O que fazer? Há uma saída. Pôr em prática uma das regras de ouro do estilo – variar para agradar. A gente mantém o verbo na primeira oração. E mete a faca nos demais. No lugar deles, põe a vírgula:

João trabalha no Senado, Pedro, na Câmara, Carlos, no banco, Beatriz, na universidade, Alberto no shopping.

Ops! Na primeira leitura, o enunciado parece o samba do texto doido. Quem bate o olho no período não entende nada. O jeito é recorrer ao ponto e vírgula. Ele tem lugar – separa as orações coordenadas:

João trabalha no Senado; Pedro, na Câmara; Carlos, no banco; Beatriz, na universidade; Alberto no shopping.

Chique, não? Veja mais dois exemplos:

Eu estudo na USP; Maria, na UnB.

Alencar escreveu romances; Drummond, poesias.

Carlos e Paulo são jornalistas. Este trabalha no Correio; aquele, no Estado de Minas.

Moral da história: Se o casalzinho ponto e vírgula existe, tem razão para estar no mundo e no texto sofisticado. Ele desempenha dois papéis na frase melhor que vírgula, ponto e travessão. Um deles, estende tapete vermelho e recebe a clareza com banda de música e salva de palmas.


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