“A Maria Eugênia é uma moça muito inteligente. Ela sabe usar ponto e vírgula.” Mário Quintana não escreveu a frase por acaso. Ele sabia que ponto e vírgula é o sinal mais sofisticado da língua. Pode-se viver sem ele, mas, com ele, vive-se com mais requinte. Use a duplinha em duas ocasiões:
1.para separar termos de uma enumeração. Vale o exemplo dos 10 mandamentos:
- Amar a Deus sobre todas as coisas;
- Não tomar seu santo nome em vão;
- Honrar pai e mãe;
- Não matar;
- Não roubar.
2. para separar orações coordenadas quando, no mesmo período, ocorrem outros empregos da vírgula. Compare:
João trabalha no Banco do Brasil, Paulo trabalha no comércio, Carlos trabalha no Senado, Lucas trabalha no tribunal.
Monótono, não? O português tem alergia à repetição. Pra manter o período saudável, oferece saídas. Uma delas: conservar o verbo na primeira oração. Nas demais, substituí-lo por vírgula:
João trabalha no Banco do Brasil, Paulo, no comércio, Carlos, no Senado, Lucas, no tribunal.
Ops! Quem bate o olho no enunciado pela primeira vez fica pra lá de confuso. Por respeito ao leitor, impõem-se mudanças. Quais? A vírgula indica a omissão do verbo. O ponto e vírgula, separa a oração. Simples assim:
João trabalha no Banco do Brasil; Paulo, no comércio; Carlos, no Senado; Lucas, no tribunal.
Maria e Paula estudam na UnB. Esta cursa direito; aquela, economia.