João Furiba e Pinto do Monteiro
N
Nas idas e vindas do destino, Furiba estava mais uma vez brigado com Pinto quando uma noite, vindo de Patos, o carro faltou gasolina bem perto da travessa dos Guararapes, residência oficial de Pinto, em Sertânia.
Furiba olhou no relógio, eram 11h30 da noite, posto de gasolina aberto, nem pensar, hote, l muito menos!
Só havia uma alternativa – a casa de Pinto, até então seu desafeto.
E foi pra lá que se dirigiu.
Ao aproximar-se, notou que havia luz acesa no interior da minúscula moradia.
Encostou a cara nas brechas da janela e lá estava o velho amigo lendo a Bíblia, sob a luz mortiça de uma vela.
Furiba pigarreou e chamou:
– Pinto, aqui é Furiba!
Pinto assoprou a vela, foi deitar-se, e Furiba, depois de muito bater à porta da casa, terminaria a gelada noite enrodilhado dentro do velho “fusca”.
(Do livro Pinto Velho do Monteiro – Um cantador sem parelha)