Após aulas comunitárias intensivas em Madureira, Jonathan dominou o piano e começou a ganhar uns “trocados” por causa de seus dotes musicais. “Vinte anos atrás, R$ 50 era grana demais. Conseguia ajudar em casa, fazer uma compra no mercado. Percebi ali que poderia ganhar dinheiro sem precisar deixar minha vocação de lado”, conta o rapaz, que já tocou em igreja evangélica e no Palco Favela do Rock in Rio, em 2019. “Foi algo muito significativo estar naquele festival. Nem nos meus maiores delírios, o Rock in Rio seria algo viável. Mas cheguei lá e não quero parar.”
Nem deve. Recentemente, o carioca, morador da Lapa, lançou seu segundo álbum, “Cura”, por uma grande gravadora, a Som Livre. “Sou o único artista instrumental da empresa. Dá para acreditar? Esse disco é um processo de autoconhecimento. A ideia é buscar dentro de nós mesmos as soluções para nossas questões. É um grande despertar. Afinal, somos sempre pessoas diferentes ao fim do dia, mudamos constantemente.”
Paralelamente, Jonathan está envolvido com um projeto para a internet. Gravará nas próximas semanas um programa para o YouTube sobre jazz, sem data de estreia. “Na verdade, gosto de me comunicar. O piano é um dos canais, mas também quero usar todas as ferramentas do audovisual ao meu favor. Minha vontade é falar com geral, tocar com minha mensagem. Seja da forma que for.”