A mais recente obra de Dirceu Rabelo
Um cidadão empolgado pela poesia lê um soneto de Dirceu Rabelo e resolve torná-lo perene em seu gabinete, onde já estão várias obras de arte, fixando-o na parede, em bela moldura, para que os visitantes observem que ali estará para sempre a expressão maior do seu estímulo às artes, incluindo-se obra desse pernambucano considerado um dos maiores sonetistas do País.
Uma atitude pioneira que sugere a outros leitores darem destaque às poesias e seus autores. Foi a paga maior, certamente, pelo ineditismo de um trabalho desse notável artista das letras, Dirceu Rabelo, que já publicou 15 livros e há poucos dias lançou: “Poesia Completa”, contendo 160 trabalhos.
Coube a Euler Araújo de Souza – o leitor entusiasmado – a iniciativa de ilustrar seu gabinete com obras de arte dos associados, formando uma galeria, onde se observa, inclusive, quadros de Anete Cunha e Inês Brandão, além de uma estátua de Capiba, provisoriamente ali guardada.
SONETO DA ALONGADA FIDELIDADE – Dirceu Rabelo
Não dura o sonho mais que alguns segundos
Depois dele, no entanto, presumida,
uma estação passou. Assim, no mundo,
célere como um sonho, passa a vida.
Da entrevista primeira à despedida
Foi breve… Mas um traço marcou fundo:
– se o grão não deu a safra prometida
Valeu pela intensão de ser fecundo.
Tanto nos afinou esse passado,
que das suas razões eu fiz as minhas
e dele me tornei quase um soldado.
E se não lhe dei tudo que convinha,
nos limites do quanto me foi dado
dei o tanto que pude – era o que eu tinha.
Euler, o timoneiro que é amigo da cultura, tem impulsionado atitudes levando a associação de funcionários do Banco do Brasil – que tão bem preside – a promover atos capazes de perenizar nomes dos associados e engrandecer atitudes, com promoção de valores até então pouco conhecidos.
“Somos o que perdura”, já nos disse Clarice Lispector (Chaya Pinkhasivna Lispector) a jornalista e escritora mais pernambucana do que judia ucraniana. Isto é, a obra perpetuada é aquela que continuará a ser vista, apreciada e comentada por muitas pessoas.
O poeta, o leitor e a poesia emoldurada. Aos 82 anos Dirceu é homenageado
Por iniciativa de Euler e outros denodados, foi fundada, há poucos meses, a Academia de Artes e Letras da AABB-Recife, sob a Presidência de José Humberto Espínola Pontes de Miranda, tendo como Vice, Luiz Guimarães Gomes de Sá, entidade que congrega associados com a finalidade de motivar a transcendência dos valores que se vão projetando a partir da própria convivência entre seus membros.
Trata-se de um instituto pioneiro dentre as 1.125 AABBs congêneres espalhadas pelo País, a reunir apreciadores da cultura para promover obras e valores das artes e das letras. E mais, tiveram seus fundadores o cuidado de estabelecer a categoria de membros honorários, homenageando aqueles cuja participação intensa não será mais possível ocorrer, dado às suas idades avançadas ou situações de saúde, mas formam o patrimônio da Associação.
Um dos que recebeu o título de Acadêmico Honorário foi, há poucos dias, Dirceu Rabelo, que após a assembleia recente, quando lançou mais um livro, foi levado ao gabinete da presidência da AABB para inaugurar o quadro emoldurado com uma de suas poesias.
Inês, Petrúcio, Xavier, Carlos Eduardo, Euler, Luiz, Dirceu, Edson, Maria José e Pacheco, membros fundadores da Academia de Artes e Letras da AABB-Recife
Mais um pioneirismo da AABB-Recife, perenizando Dirceu Rabelo, um nome da maior relevância, que aqui louvo como se um santo fosse.