Volto e nada mais é como era. Procuro e não encontro onde está o céu azulzinho em que se penduravam brancas nuvens em forma de carneirinhos. E o vento que batia no meu peito nu, sem camisa, onde está? Vejo as pedras nas ruas de minha pequena aldeia e me deparo com a dureza que é lembrar das estradas de terra em que meus pés corriam atrás de uma bola de meia. Hoje, paralelepípedos frios cobrem e soterram minhas pegadas infantis. São sonhos escondidos sob pedras, é um passado deitado embaixo do chão. Apenas o pequenino rio continua a nos levar nos sonhos e na vida, molhando nossa saudade e passando água em nossa criancice já tão distante, mas tão presente. Seu correr sereno lava minhas mágoas enxaguadas pela saudade que insiste em me acompanhar.