Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense terça, 23 de outubro de 2018

PEDACINHOS DO MUNDO: DOIS FESTIVAIS DE ANIMAÇÃO

 


Pedacinhos de mundo
 
Dois festivais de animação na cidade, com entrada franca, colocam em cena temas reflexivos e a difusão de linguagens alternativas para a sétima arte

 

» Ricardo Daehn
» Ronayre Nunes *

Publicação: 23/10/2018 04:00

Lé com cré traz entrevistas com crianças:  
Lé com cré traz entrevistas com crianças: "resultado engraçadíssimo"
 
Descobertas, autoconhecimento, confrontos, infância e  desgaste da rotina são alguns tópicos presentes nas 25 obras que compõem a programação da 15ª edição do Dia Internacional da Animação, mostra que terá sessões no Cine Brasília (EQS 106/107) e nas cidades de Ceilândia, Recanto das Emas e Brazlândia. Para chegar à seleção final, foram assistidos 160 inscritos.
 
O coordenador do evento em Brasília, Ricardo Roehe, destaca o potencial de fantasia, que dá liga às mostras segmentadas em infantil, nacional e internacional. “O público brasiliense adora cinema e o retorno da mostra é sempre muito positivo. O cinema de animação traz diferenciais: os filmes infantis permitem que adultos e crianças compartilhem a experiência; enquanto os títulos adultos surpreendem o público, pois não são muito vistos em função da dificuldade da entrada no circuito comercial”, avalia Roehe. Quanto ao público em potencial para o evento paira incerteza, uma vez que os estimados 100 mil interessados (em todo o Brasil) vão ter o calendário de programação flutuante, por causa da coincidência de data com o segundo turno das eleições.
 
Por isso, Brasília recebe a mostra (habitualmente projetada simultaneamente em 200 cidades nacionais, além de uma rede internacional) primeiro. No Cine Brasília (EQS 106/107), amanhã, a mostra infantil terá espaço em sessões às 9h30 e às 15h. Dia 27 de outubro, a mesma sala verá as mostras infantil, às 18h, seguidas das mostras nacional (às 19h) e internacional (às 20h). “As mostras sempre rendem debates, até por haver uma curadoria que abarca produção contemporânea de filmes que ainda não estão disponíveis em plataformas como YouTube, bem como produções consagradas que merecem ser revistas”, observa Fernando Gutiérrez, professor, diretor, animador e responsável pela programação do Recanto das Emas.
 
Passada a eleição, Gutiérrez idealiza agendar exibições em escolas, durante toda a semana, num total de 15 sessões. “Acho que um diferencial importante está nas atividades voltadas para os alunos, sempre participativos. Talvez, com melhoria na divulgação, tenhamos sessões menos modestas do que as do passado”, considera.

Piconzé lembra a produção de animações nacionais na década de 1970 (Ypê Nakashima/Divulgação)  
Piconzé lembra a produção de animações nacionais na década de 1970


A mostra comemorativa do Dia Internacional da Animação é realizada anualmente no Cine Brasília. (Ricardo Roehe/Divulgação)  
A mostra comemorativa do Dia Internacional da Animação é realizada anualmente no Cine Brasília.


Reflexão
 
Diante do caráter eficiente, no quesito da reflexão, o pacote de filmes de 2018 chamou a atenção de Fernando Gutiérrez. Ele explica que são produções diferentes em relação às dos grandes estúdios. “Os filmes são feitos com técnicas mais viáveis até mesmo para os alunos brasileiros. O cinema fica mais acessível e com temas próximos”, comenta. Além de recomendar o filme Homem na caixa (premiado no AnimaMundi), o professor destaca O malabarista, de Iuri Moreno. “É um filme que tem circulado por festivais internacionais. É um documentário em animação que fala do cotidiano dos malabaristas de rua”, explica.
 
Atento ao potencial de comunicação junto ao público, o organizador Ricardo Roehe dá aval especial a três títulos: Lé com cré, Piconzé e 60 segundos de oscuridad. O primeiro, segundo Roehe, traz “entrevistas com crianças sobre assuntos diversos  que foram usadas para criar um filme de stopmotion com resultados engraçadíssimos”. Já Piconzé, que terá apenas um trecho mostrado, “permite ver a qualidade do trabalho nos anos de 1970, no Brasil, e não fica atrás do que era produzido internacionalmente à época”. Por fim, a ficção científica 60 segundos de oscuridad vem baseada em cultuados quadrinhos que compõem El eternauta.
 
Com programação estabelecida para o dia 29 de outubro, em Ceilândia, a mostra feita por iniciativa da Associação Brasileira de Cinema de Animação terá como endereço a Praça do Cidadão (perto do centro, na EQNM 18/20). Integrante do programa social Jovem de Expressão, Dayana Correia (coordenadora local) conta que o grupo deixa a “porta aberta”, na busca da multiplicação do público. “O público é daqueles que frequentam o local, formado basicamente por crianças e jovens. Com outros elementos, como uso de stop motion e animação feita a partir de colagens, tudo bem diferente do 3D habitual, se desperta no público linguagens a disposição por produtos nem tão comerciais quanto aquele visto na tevê, por exemplo”, conclui.
 

Torre é animação para asultos sobre a ditadura (Estudio Teremim/Divulgação)  
Torre é animação para asultos sobre a ditadura

O evento, em Brazlândia
A cargo do Cineclube Confabule, com supervisão de Antônio Balbino, a 15ª edição do Dia Internacional da Animação estará em Brazlândia, em 8 de novembro, às 20h, com programação na Orla do Lago Veredinha (perto do Museu de Arte). Entre os filmes listados, Balbino comenta dois: 8 patas, de Fabrício Eduardo Rabachin, Gabriel Barbosa e Pietro Leonardo Nichelatti Nicolodi, e Torre, de Nádia Mangolini.
“8 patas retrata um medo comum a muitos: aranhas. Mas o legal nele é a mensagem de que podemos enfrentar nossos medos”, afirma Antônio. Sobre Torre, ele comenta que “em tempos tão duvidosos é sempre importante ouvir os relatos de outros tempos espinhosos, como o da ditadura.”


15ª edição do Dia Internacional da Animação
A partir de amanhã, no Cine Brasília (106/107 Sul). Sessões gratuitas às 9h30 e às 15h. Consulte a programação e a classificação indicativa no roteiro.
 
Grand Prix Animarte! Brasília 2018
Caixa Cultural Brasília (SBS Q. 4; 3206-9448). Até o próximo domingo, com sessões às 14h30 e às 16h. Entrada franca (com recebimento de doações opcionais de brinquedos destinados a ONG). Consulte a programação e a classificação indicativa no roteiro


Invisible é uma das produções exibidas nesta edição do Animarte! (Assessoria Um Nome/Divulgação)  
Invisible é uma das produções exibidas nesta edição do Animarte!

Quarenta países animados

A nova edição do festival de animação Grand Prix Animarte! trará para a cidade seleção do melhor da produção mundial aos espectadores. Serão exibidos 294 filmes na Caixa Cultural, realizados por jovens de 41 países. As obras estão espalhadas por 14 sessões, sob quatro blocos, em programação que segue até domingo. Abertas ao público, ocorrerão ainda oficinas de stop motion, animação com recortes e linguagem experimental.
 
“O objetivo é promover uma formação de público e de profissionais. Além disso, tem toda a discussão temática: neste ano, falamos sobre sustentabilidade, uma questão importante. A maioria dos filmes não está disponível na internet, nem nos cinemas, e por isso eles são muito valiosos. As pessoas têm a chance do contato com filmes que fogem do convencional, e isso tem a ver com a visão do jovem, que tem uma produção mais criativa, sempre ancorada em temas sociais, políticos” explica Alexandre Juruena, diretor do Animarte.! O braço brasiliense do festival faz parte da forma itinerante do Animarte!, que neste ano tem como sede o Rio de Janeiro, passando ainda por São Luiz e São Paulo.
 
Intercâmbio
 
O aspecto da internacionalização do cinema na capital é destacado por Alexandre Juruena. Ele aponta o intercambio cinematográfico como uma das bases do festival que chega à 13ª edição: “Os jovens brasileiros só têm a ganhar com essa integração, há um ganho cultural por ter contato com esses costumes e formas de ver o cinema e a animação mundo afora. Uma das bandeiras do festival é o ensino do audiovisual, desde as idades mais tenras, e afunilamos a popularização da linguagem da animação por meio da produção internacional”.
 
A atual edição demonstra que o Brasil não apenas recebe o que é feito lá fora, mas se posiciona como importante polo de produção. “O festival está se popularizando cada vez mais na cena internacional. Este ano foram em torno de 1500 inscrições, com países de todos os continentes: houve recorde. Há ainda a novidade de o festival ter convidado internas do centro de detenção feminino de Brasília para participar das oficinas, e esperamos que essa experiência seja positiva para elas. O cinema é uma importante forma de educação também”, acrescenta Juruena.
 
* Estagiário sob a supervisão de Vinicius Nader.
 
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