Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo quinta, 29 de agosto de 2024

PARALIMPÍADA 2024: CERIMÔNIA DE ABERTURA FAZ CRÍTICA À FALTA DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

 

 

 
 

Uma celebração a "todos os corpos" e com boa dose de (auto)crítica às insuficientes iniciativas da sociedade para a inclusão da pessoa com deficiência marcaram a Cerimônia de Abertura da Paralimpíada de Paris-2024. A festa teve bom humor, dança, show de cores e projeções, fogos de artifício e se encerrou com cadeiras de rodas usadas como canhão de luzes, em palco magnífico na Praça da Concórdia. Cinco campeões paralímpicos franceses tiveram a honra de acender a pira, o mesmo caldeirão usado nos Jogos Olímpicos. A Paralimpíada de Paris, a primeira a ser realizada na cidade, se estenderá até 8 de setembro.

A festa que foi celebrada nesta quarta-feira tinha como objetivo a reflexão e Alexander Ekman, responsável pelas coreografias desta festa, com cerca de 500 artistas, nos convidou a pensar em uma sociedade mais inclusiva.

Show da Patrulha Acrobática Francesa que coloriu o céú de Paris com as cores da bandeira da França. — Foto: MARTIN BUREAU / AFP
Show da Patrulha Acrobática Francesa que coloriu o céú de Paris com as cores da bandeira da França. — Foto: MARTIN BUREAU / AFP

E o paradoxo já deu as caras antes mesmo da festa começar: a Champs-Elysées, a avenida mais famosa de Paris, teve de ganhar camada de asfalto liso para que os cadeirantes pudessem desfilar sem ficar trepidando. E o governo da região de Île-de-France prometeu "metrô para todos", cujo projeto de acessibilidade de todo o sistema está estimado entre 15 e 20 bilhões de euros, a ser entregue ao longo de duas décadas. Cerca de 3% das estações de metrô de Paris são acessíveis.

Assim como a Cerimônia de Abertura da Olimpíada, às margens do rio Sena, a Cerimônia da Paralimpíada foi realizada fora do principal estádio de atletismo do evento.

Desta vez, o palco foi a Champs-Elysées, onde aconteceu o desfile das 168 delegações, além da Praça da Concórdia, onde as apresentações aconteceram. O Obelisco Luxor, erigido a mando do faraó Ramsés 2º no século 13 a.C. e oferecido pelo Egito à França na década de 1830, serviu de tela de projeção no centro do palco na Praça da Concórdia. Sem chuva, a grande vilã da festa olímpica, esta cerimônia teve clima festivo e bom humor.

União

 

O fio condutor de “Paradoxo” foi a relação entre dois grupos: a “gangue criativa”, dançarinos com deficiência e roupas coloridas, e a “sociedade rígida”, artistas com paletó preto. Esses grupos interagiram durante toda a cerimônia, em situações diversas.

“Gangue criativa” e a “sociedade rígida”: mensagem de inclusão — Foto: Bertrand GUAY / AFP
“Gangue criativa” e a “sociedade rígida”: mensagem de inclusão — Foto: Bertrand GUAY / AFP

Após um curta-metragem apresentando por Théo Curin, nadador francês que participou dos Jogos Paralímpicos Rio-2016, dando carona a atletas franceses em um taxi coberto com os mascotes, dançarinos da “gangue criativa” e da “sociedade rígida” tomaram o palco da Praça da Concórdia ao som do famoso pianista Chilly Gonzales. O momento de discórdia entre eles vai se transformar durante a festa até o momento da união, da "concórdia".

Assim, somente em um segundo momento, esses grupos começaram a interagir. Foi ao som da artista francesa Christine e The Queens, que apresentou nova versão da icônica canção de Édith Piaf, “Non, je neregrette rien” que os grupos se uniram. Membros da sociedade rígida tiraram os óculos, olharam os demais. Uma bonita mensagem.

O desfile dos aletas aconteceu após show da Patrulha Acrobática Francesa que coloriu o céu de Paris com as cores da bandeira da França. E a delegação brasileira, com agasalhos azuis e chapéus amarelos e azuis, foi muito aplaudida. Beth Gomes (atletismo) e Gabriel Araújo, o Gabrielzinho (natação), campeões paralímpicos em Tóquio-2020 foram os porta-bandeiras.

Brazil's delegation parades at the Place de la Concorde during the Paris 2024 Paralympic Games Opening Ceremony in Paris on August 28, 2024. (Photo by Franck FIFE / AFP) — Foto: Franck FIFE / AFP
Brazil's delegation parades at the Place de la Concorde during the Paris 2024 Paralympic Games Opening Ceremony in Paris on August 28, 2024. (Photo by Franck FIFE / AFP) — Foto: Franck FIFE / AFP

Antes do acendimento da pira, o auge da festa, dançarinos e artistas carregando tochas fizeram uma coreografia ao ritmo do Bolero (do francês Maurice Ravel, uma das partituras de balé mais tocadas do mundo) e formaram os Agitos, o símbolo do Movimento Paralímpico. A história do Movimento Paralímpico foi relembrada em vídeos sobre os primeiros eventos esportivos organizados em um hospital de lesões de coluna em Stoke Mandeville, o berço dos Jogos Paralímpicos.

Ao mesmo tempo, o nadador olímpico francês Florent Maradou levou a chama paralímpica ao palco. Doze atletas, seis homens e seis mulheres, de várias nacionalidades se revezaram até o acendimento da pira.

O mesmo caldeirão da Olimpíada ficará exposto nos Jardins das Tulherias, preso a um balão até 8 de setembro.

A Cerimônia de Abertura, que se encerrou colorida, com cadeiras de rodas girando como esculturas de luz, celebrou a criatividade como forma para mudanças, para um mundo inclusivo, unido e positivo. Como Jolly idealizou: "A Concórdia foi alcançada".

 

Brasil

 

O Brasil pode conquistar as primeiras medalhas paralímpicas já nesta quinta-feira. Caso os atletas do país avancem em todas as possibilidades, serão 14 finalistas da delegação na data inaugural de competições na França.

Desfile das delegações na Champs-Elysees  — Foto: Dimitar DILKOFF / AFP
Desfile das delegações na Champs-Elysees — Foto: Dimitar DILKOFF / AFP

A modalidade com maior número de atletas com chances de brigar pelo pódio nesta quinta-feira é a natação. Doze nadadores do Brasil entrarão na água na estreia da modalidade. Onze deles disputarão as classificatórias na manhã francesa e, se avançarem, farão as finais no final da tarde e início da noite na Arena La Défense.

Outra nadadora que estreará em Paris nesta quinta-feira é a pernambucana Carol Santiago (S12, baixa visão), a mulher do Brasil com mais medalhas paralímpicas em Paris-2024. Dona de cinco medalhas nos Jogos de Tóquio 2020, a atleta disputará os 100m borboleta.

Além dos doze nadadores, o ciclista goiano Carlos Alberto Soares vai disputar a prova de perseguição 3000m (C1, bicicletas convencionais) e também poderá entrar na luta por um lugar no pódio. A lutadora gaúcha de taekwondo Maria Eduarda Stumpf, da categoria até 52 kg, também pode chegar à zona de medalha.

O Brasil será representado em outras modalidades nesta quinta-feira, mas sem disputas de finais na data: badminton, vôlei sentado, tiro com arco, bocha, tênis de mesa e goalball.


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