Endrick chora por jejum de gols no Palmeiras e recebe apoio de Abel: ‘Precisa de um abraço’
Foto: Cesar Greco/Palmeiras
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Por Ricardo Magatti
23/02/2023 | 08h00
Jovem de 16 anos ainda não balançou as redes em 2023, mas o fará se tiver calma, segundo o treinador: ‘Tem de continuar sorrindo e lembrar da alegria quando foi para a Disney’
Abel Ferreira havia dito que não falaria mais sobre o jejum de gols de Endrick na temporada, mas, ainda que incômodo, o assunto foi abordado na entrevista coletiva do português após o triunfo sobre o Bragantino. O treinador revelou que o jovem atacante chorou depois de ser substituído na partida contra o Bragantino, com vitória de 2 a 0 do Palmeiras. Ele ainda não balançou as redes em 2023.
As câmeras da transmissão exibiram Endrick com um colete amarelo cobrindo o seu rosto por alguns minutos quando estava sentado no banco de reservas do Allianz Parque depois de deixar o gramado nesta quarta-feira. Ele deu lugar a outro garoto, Giovani, aos 14 minutos do segundo tempo. “É verdade, meteu a camisola (no rosto) porque chorou”, afirmou o técnico, confirmando o as lágrimas de Endrick.
Palmeiras ganha do Bragantino em casa e mantém liderança geral do Paulistão
O menino de 16 anos, já negociado com o Real Madrid por R$ 408 milhões, passou em branco em todas as dez partidas que disputou na temporada. São 625 minutos sem comemorar um gol, o que faz aumentar a cobrança - até dele mesmo - sobre o atleta, tratado como uma das principais revelações do Palmeiras.
“Eu sou um crítico a mim porque não dei um abraço nele. Ele precisa de um abraço, que continue a sorrir”, disse o treinador sobre o jovem fenômeno formado na base palmeirense. As cobranças, críticas, pressão e a ansiedade o garoto vai superar se tiver calma, orientou Abel.
Endrick cobriu rosto com colete para não mostra abatimento com jejum de gols Foto: Reprodução/Premiere
“Ele tem de ter calma. Ninguém gosta de ler críticas. Claro que há uma pressão tremenda que ele tem de fazer cinco, seis gols, que ele próprio tenta lidar com isso. Ele vai fazer o gol na hora certa”, disse.
“É diferente estar ali sentado e depois ir lá dentro ser cobrado em um ambiente de alta pressão. Tem de ter calma, continuar sorrindo e lembrar da alegria quando foi para a Disney”, completou, mencionando a viagem que o jogador fez, ainda com 15 anos, por recomendação de Abel. Naquele momento, o técnico era muito cobrado para escalá-lo. Hoje, Endrick, a despeito da seca de gols, é titular absoluto.
Contra o Bragantino, o atacante foi discreto. Não finalizou a gol e levou um cartão amarelo por entrada dura no primeiro tempo. “O que eu peço a ele é que não perca o sorriso na cara. Vai falhar, vai acertar. Ele tem 16 anos, se jogar como jogam aqui, vai jogar até 40 anos. Só tem a continuar a sorrir e entender que treinador, elenco e clube estão aqui para ajudá-lo”.
Centésima vitória de Abel Ferreira
A vitória do Palmeiras sobre o Red Bull Bragantino no Allianz Parque foi a centésima de Abel Ferreira no comando do time alviverde. Ele alcançou a expressiva marca contra o mesmo rival de sua estreia, em 5 de novembro de 2020. Desde então, o técnico português acumula sete títulos, recordes e feitos históricos.
São 100 vitórias, 39 empates e 32 derrotas em 171 jogos, com 283 gols marcados pelo time e 136 gols sofridos. Cabe lembrar que Abel ficou fora de alguns confrontos por suspensão. Considerando os jogos em que o time foi também comandado pelos auxiliares Vitor Castanheira e João Martins, são 191 duelos, com 111 vitórias, 45 empates, 34 derrotas, 327 gols marcados e 153 gols sofridos.
Abel Ferreira alcançou centésima vitória pelo Palmeiras Foto: Cesar Greco/Palmeiras
“Eu nem sabia (das 100 vitórias), para ser sincero. Parabéns aos meus jogadores que continuam com vontade de vencer. Fácil é chegar, difícil é manter, e mais difícil ainda é continuar a ganhar. Fizemos no passado, no passado recente e queremos fazer no futuro”, afirmou o treinador. “Nós trabalhamos no silêncio, e deixamos que o nosso trabalho brilhe”.
Abel é o sexto treinador que mais jogos venceu pelo Palmeiras na história. Entre os estrangeiros, é o segundo. Somente o uruguaio Ventura Cambon, com 179 triunfos, está à sua frente.