Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Violante Pimentel - Cenas do Caminho sexta, 27 de setembro de 2024

PAIXÃO POR CAVALO (CRÔNICA DA COLUNISTA MADRE SUPERIORA VOLANTE PIMENTEL )

PAIXÃO POR CAVALO

Violante Pimentel

 

O último presidente militar do Brasil, JOÃO BATISTA FIGUEIREDO, em diversas ocasiões, chocou o País com seus posicionamentos controversos.

Extremamente carismático, o Presidente Figueiredo era uma simpatia e não escondia seus sentimentos. Não era homem de duas palavras. Gostava de externar seus pensamentos, e dizia abertamente que gostava mais do cheiro de animais do que que do cheiro de gente.

Em 1979, questionado por um garoto sobre o que faria se seu pai só ganhasse o salário mínimo, prontamente respondeu: “Eu daria um tiro na cuca”.

Praticante do hipismo, foi questionado uma vez sobre o “cheiro do povo” numa entrevista sobre a cavalaria. Sem dó, ele respondeu: “Eu prefiro o cheiro do cavalo”.

Seu governo foi marcado pela abertura controlada, a transição para um regime de eleições diretas. Quando questionado sobre a abertura, que ao mesmo tempo consolidava a estrutura de poder da Ditadura, mas tirava a centralidade dos militares, ele só gritou: “É para abrir mesmo. Quem quiser que não abra, eu prendo e arrebento”.

Por coincidência, a paixão por cavalo, que marcava o Presidente João Batista Figueiredo, aparece numa antiga fábula de Esopo.

Pois bem. O único ser de quem Frederico o Grande da Prússia gostava apaixonadamente era o seu cavalo, o mais formoso corcel que se possa imaginar, cavalo digno de um rei, e tão inteligente que abrandou e conquistou o coração do monarca.

Um dia em que ele estava muito aborrecido e atarefado, soube que o seu cavalo favorito estava doente.

Num acesso de furor, sentindo a sua própria insignificância, por não poder salvar a vida ao seu cavalo, apesar de ser um grande monarca, fez apregoar que aquele que lhe desse a notícia da morte do cavalo seria enforcado.

Passaram-se alguns dias e o estado do nobre animal era sempre o mesmo, mas uma manhã, quando os pajens faziam uma visita às cavalariças, encontraram o moço da estrebaria que lhes disse que o cavalo havia morrido. Quem se atreveria a dar a notícia ao rei? Quem iria correr o risco de ser enforcado?

Os escudeiros permaneceram conversando e discutindo vários planos, procurando uma forma de comunicar ao monarca a morte do seu cavalo favorito. Finalmente, chegou a hora de redigir o boletim para ser entregue ao rei, comunicando-lhe a morte do cavalo. Os escudeiros estavam em pânico, diante da ameaça previamente recebida do rei, de que aquele que lhe comunicasse a morte do seu cavalo seria enforcado.

Naquele momento, um dos escudeiros disse ao moço da estrebaria que não tivesse medo, pois ele próprio iria dar a notícia da morte do cavalo ao monarca. Iria enfrentar o rei.

Nesse momento, todos ficaram assustados com a inesperada visita do monarca.

“Olá! – Disse o Rei Frederico. “Como está o meu cavalo?”

“Senhor, respondeu o escudeiro. – O cavalo continua no seu lugar. Está deitado e não se mexe. Não tem forças e não come. Também não bebe, não dorme, nem respira, nem…

“Então,” exclamou, impacientemente, o rei, “meu cavalo favorito morreu!!!…”

“Vossa Majestade disse a verdade, respondeu tranquilamente o escudeiro. “Vossa Majestade foi o primeiro a dizer que o seu cavalo tinha morrido.”

O rei lembrou-se da jura de enforcamento que tinha feito contra quem lhe comunicasse a morte do seu cavalo favorito, e empalideceu. Afinal, foi ele mesmo quem pronunciou as palavras fatais, sobre a morte de “puro sangue”, seu cavalo favorito.

E os empregados foram perdoados.

A FÁBULA E O SEU NARRADOR MAIS FAMOSO-ESOPO

Esopo (Nessebar, 620 a.C. – Delfos, 564 a.C.) foi um escritor da Grécia Antiga a quem são atribuídas várias fábulas populares. A ele se atribui a paternidade da fábula como gênero literário. Sua obra, que constitui as Fábulas de Esopo, serviu como inspiração para outros escritores ao longo dos séculos, como Fedro e La Fontaine.

A Fábula é uma narração com intuitos morais.

Segundo os historiadores, as fábulas são muito antigas e foram empregadas nos livros sagrados, onde aparecem sob a forma de parábolas.

As fábulas mais célebres foram escritas por um escravo chamado Esopo, que nasceu em Xanto e Idmo; este último emancipou-o. Esopo adotou um método mais claro e mais simples que o dos filósofos: Fez falar os animais e as coisas inanimadas, para dar lições aos homens.

Creso, rei de Lydia, chamou-o à sua corte, e encheu-o de benefícios. Esopo chegou a viajar pelo Egyto e Pérsia, e estava em Athenas, quando Pisistrato a avassalava, e ao ver o que os atenienses sofriam sob o jugo d’aquele tirano, compôs a fábula das rãs descontentes que pediam um rei. De volta à corte de Creso, este mandou-o a Delphos para fazer um sacrifício a Apolo: a fábula das rãs, das achas flutuantes sobre as águas, que de longe parecem alguma coisa e de perto nada são, desagradou aos seus habitantes e Esopo foi atirado do alto de uma rocha.

Toda a Grécia lastimou a sua morte e em Athenas erigiram-lhe uma estátua.


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