Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense segunda, 10 de fevereiro de 2020

OSCAR 2020: PARASITA FAZ HISTÓRIA EM HOLLYWOOD

 

Parasita faz história em Hollywood
 
 
Filme sul-coreano conquista prêmios de melhor filme, melhor diretor, melhor filme internacional e melhor roteiro original. Joaquin Phoenix confirma favoritismo absoluto por Coringa. Documentário brasileiro Democracia em vertigem frustra as expectativas

 

Ricardo Daehn

Publicação: 10/02/2020 04:00

O grande nome da noite foi o do sul-coreano Bong Joon Ho: com Parasita, depois da vitória, em Cannes, promoveu arrastão em Hollywood (Mark Ralston/AFP)  

O grande nome da noite foi o do sul-coreano Bong Joon Ho: com Parasita, depois da vitória, em Cannes, promoveu arrastão em Hollywood

 

 
 
Uma surpresa impactante veio na categoria de melhor direção (Bong Joon Ho) e reverteu toda a expectativa da cerimônia de entrega do Oscar: Parasita venceu, e fez história, trazendo, pela primeira vez, um vencedor estrangeiro como melhor filme e melhor filme internacional. A glória da produção sul-coreana não parou por aí. Parasita também arrebatou a estatueta de melhor roteiro original (dividida com Han Jin Won). Foi a primeira participação da Coreia do Sul na maior festa do cinema mundial. O pioneirismo foi cravado quando Bong Joon saudou a categoria rebatizada de melhor filme internacional (antigo melhor filme estrangeiro). “Aplaudo e apoio a mudança sinalizada pela Academia”, ressaltou o cineasta sul-coreano, em relação ao termo inclusivo. Pela terceira vez, em uma década, houve desacordo entre vencedores do Oscar e o prêmio da Associação dos Produtores (PGA), entidade que laureou A grande aposta (2016), La la land (2017) e 1917 (2020) no pódio. Favorito, este último levou três estatuetas entre as 10 indicações.
 
A mais recente chance de o Brasil ganhar o Oscar foi frustrada pela vitória de Indústria americana. O documentário retrata, com precisão, uma revolução econômica em Ohio. Petra Costa esteve na festa, com o indicado Democracia em vertigem. Ainda antes da entrada no Dolby Theatre, em Los Angeles, a diretora enfatizou que o filme, com visão pessoal e inspirada na análise do impeachment de Dilma Rousseff, era “uma carta de amor ao Brasil”. Ainda que sem o prêmio, Petra aproveitou as redes sociais para alfinetar o presidente Jair Bolsonaro. Com visão desenvolvimentista, o ex-presidente Barack Obama (ao lado da mulher, Michelle), que criou a produtora responsável por Indústria americana, celebrou via Twitter a vitória do filme detido nas “consequências muito humanas de uma mudança econômica devastadora”.
 
Joaquin Phoenix se emocionou ao receber estatueta e pediu compaixão (Mark Ralston/AFP)  

Joaquin Phoenix se emocionou ao receber estatueta e pediu compaixão

 

 
Figura de expressão em Hollywood, Martin Scorsese, com O irlandês, ficou sem nenhum prêmio, entre 10 categorias. Vencedor do Festival de Cannes, o sul-coreano Bong Joon Ho reparou a exclusão, puxando aplausos, de pé, para aquele que considerou “professor”. “Se pudesse, serraria o troféu, para que fosse dividido entre todos vocês”, declarou, deixando clara a enorme admiração pelo concorrente Quentin Tarantino.
 
Redenção, generosidade, compaixão e inclusão foram os lemas nos discursos de melhor ator (Joaquin Phoenix) e a melhor atriz (Renée Zellweger). A exemplo do personagem Don Vito Corleone (do clássico O poderoso chefão), um mesmo personagem (no caso, o protagonista de Coringa) trouxe Oscar para intérpretes de diferentes filmes: depois de Heath Ledger (Batman: o cavaleiro das trevas), Phoenix venceu, no retrato do desesperado palhaço dos quadrinhos. Num discurso emocionante, Phoenix ressaltou a vontade crescente de “utilizar a voz (dele) para aqueles que não têm voz”. Já Bob Dylan, Scorsese e, claro, Judy Garland (papel de Zellweger, em Judy) figuraram no discurso da melhor atriz: “Heróis nos unem e recuperaram o melhor de nós”, destacou.
 
Brad Pitt com o primeiro Oscar como intérprete: homenagem a Tarantino (Mark Ralston/AFP)  

Brad Pitt com o primeiro Oscar como intérprete: homenagem a Tarantino

 

 
Ainda que o rapper Eminem tenha roubado a cena, ao entoar, no palco, a canção vencedora Lose yourself (de 8 Mile: Rua das ilusões), detentora de Oscar, há 17 anos, Janelle Monáe (Estrelas além do tempo) também se destacou, ao abrir o Oscar 2020 com um número musical que compactou ambientação e temas dos indicados. Foi a brecha para que os apresentadores Steve Martin e Chris Rock, além de elogiarem Monáe, enfatizassem o esnobar de talentos negros (pouco indicados) e ainda puxassem a orelha da Academia pelo fato de a diretora Greta Gerwig (de Adoráveis mulheres) não ter sido sequer indicada. Para além do fato da vitória do curta de animação Hair love, que ressaltou o orgulho negro, no palco, a diretora Karen Rupert Toliver enfatizou que “representatividade importa, profundamente”. O filme trata de um pai que se dedica, pela primeira vez, a realizar um penteado na filha negra.
 
As críticas pela ausência das mulheres foi amenizada com coroação na categoria trilha sonora, com a vitória de Hildur Guonadóttir (Coringa). Vinte e cinco anos depois de vencer pela canção de O rei leão, Elton John ganhou pela canção original (I´m gonna) love me again, criada para Rocketman.

Renée Zellweger, melhor atriz, prestou tributo à colega Judy Garland (Mark Ralston/AFP)  

Renée Zellweger, melhor atriz, prestou tributo à colega Judy Garland

 

 
 
Ao receber o primeiro Oscar de atuação, Brad Pitt — melhor ator coadjuvante por Era uma vez em... Hollywood — valorizou aqueles que se dedicam “às acrobacias e cenas de ação nas telas”. O filme ainda ganhou desenho de produção. Numa categoria muito apertada, a de melhor roteiro adaptado, venceu o neozelandês Taika Waititi (Jojo Rabbit), que adaptou um livro dado de presente pela mãe dele: no longa, polêmico, um garoto tem Adolf Hitler como amigo imaginário. Na cerimônia, ele estimulou indígenas a se dedicarem às artes. Na sexta indicação, por Adoráveis mulheres, a figurinista Jacqueline Durran (vencedora, no passado, por Anna Karenina) levou o segundo Oscar, e citou a diretora Greta Gerwig como “uma inspiração”. Ela agradeceu o fato de, sendo mãe, ter contado com apoio para trabalhar fora de casa. Com a vitória de Toy Story 4 como melhor longa de animação, o “amor à família” foi salientado pela comitiva vencedora.
 
O clima família ainda esteve presente no discurso da vencedora na categoria melhor atriz coadjuvante: Laura Dern (História de um casamento). Ela dedicou a estatueta aos “heróis” de sua vida, os pais (ambos atores), Bruce Dern e Diane Ladd. Nos quesitos técnicos, a edição de som e o prêmio de montagem couberam a Ford vs. Ferrari, enquanto o filme de guerra 1917 venceu Oscar de mixagem de som. Também pontos altos de 1917 computaram prêmios: tanto os efeitos visuais quanto a direção de fotografia do inglês Roger Deakins (na 15ª indicação) e que venceu o segundo Oscar, depois de Blade Runner 2049.
 
 
 
 (Reprodução/Instagram)  
 
Brasileiros batem na trave
Com amplo histórico de brasileiros indicados ao Oscar, Petra Costa (foto) — diretora de Democracia em vertigem — somou mais experiência a uma lista que incluiu longas como O pagador de promessas; O que é isso, companheiro?, O quatrilho e Central do Brasil, e personalidades do porte de Fernanda Montenegro, Fernando Meirelles, Juliano Salgado, Hector Babenco, Ary Barroso, Paulo Machline, Carlinhos Brown e Sergio Mendes. Nenhum levou, entretanto. Durante a cerimônia, Petra tuitou um recado ao presidente Jair Bolsonaro. “Em 2016, Bolsonaro disse que cortaria fundos para as artes, já que os filmes brasileiros nunca chegam aos Oscars. Aqui está o meu presente para o presidente do Brasil”, escreveu.
 
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