Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Carlito Lima - Histórias do Velho Capita domingo, 29 de janeiro de 2023

OS VELHINHOS ESTÃO VOLTANDO (CRÔNICA DE CARLITO LIMA, COLUNISTA DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO)

 

O Palmeira Futebol Clube foi fundado no início dos anos 1950 por jovens moradores do bairro nobre do Farol, deram-lhe esse nome devido a maioria Da meninada morar na Rua Comendador Palmeira. Esse Clube tem história no futebol alagoano, chegou a ser campeão alagoano juvenil em 1958.

Naquela época havia entrosamento, facilidade em enturmar os jovens. Frequentávamos as mesmas escolas, os mesmos clubes, as mesmas praias, as torcidas no campo de CRB ou CSA, os mesmos cabarés. Ocupávamos a cidade de Maceió com nossas bicicletas em buscas de namoradas e aventuras. Em cada bairro havia um time de futebol, que jogava contra os outros dos bairros vizinhos e em torneios organizados por nós mesmo. Éramos amigos, uma briga aqui outra acolá, nada desse sentimento de gang dos filmes americanos que assistíamos em cinco cinemas de bairros da cidade.

Esse ambiente amistoso e fraterno nos deu um sentimento de amizade duradouro pelo resto da vida. Cinquenta anos depois de nossa adolescência lá pelo ano 2005 a turma do Palmeira liderada pelo Cláudio Oiticica (Cáu) resolveu realizar uma confraternização de Natal, convidou os amigos da época. Escolheu um amplo restaurante à beira da Lagoa Mundaú. Foi um sucesso. A alegria daqueles sessentões encontrando-se numa salutar reunião de amigos dispersados na vida. Com muitas lembranças, muitas histórias divertidas, gargalhadas soltas no ar passamos uma tarde inesquecível. A partir do ano seguinte a Confraternização do Palmeira consolidou-se. Todos os anos o Cáu organizava a festa com carinho para os amigos. Aparecia gente de todo o Brasil, Ministros de Brasília, ex governadores, ex prefeitos, ex jogadores de futebol, empresários, comerciantes, pecuarista do Rio de Janeiro, Brasília, do Recife. Virou tradição. Quando chegava o mês de dezembro os acertos da confraternização já eram divulgados.

O tempo é inexorável, morreram alguns amigos, mas a vida continuou. Como também a confraternização. Até que chegou a Pandemia, não dava para organizar festa alguma. Nós tentando sobreviver na clausura, sem sair de casa, como ainda estamos. Perdemos parentes e amigos para o vírus. Até que com certos receios, tomando os cuidados necessários, Murilo Marinho liderou um encontro ontem numa Barraca de Praia. Cerca de vinte velhinhos resolvemos nos encontrar. Uma tarde agradável cheia de alegria e lembranças. Depois de dois anos aconteceu a tradicional confraternização de fim de ano do Palmeira Futebol Clube. Iniciou às 11:00 horas da manhã terminou ao entardecer, Foram tantas histórias contadas, tantas gargalhadas que chamou a atenção às mesas vizinhas, que deveriam perguntar: De que sorriem esses senhores com tanta alegria?

Em cada um daqueles jovens octogenários existe uma parte da cidade de Maceió. Uma cidade não é formada apenas pelos prédios, praças, praias e ruas. Uma cidade é feita principalmente pelos seus moradores. E ali naquela reunião onde o uísque rolou estavam alguns construtores dessa bela cidade de Maceió. Pessoas alegres porque tiveram uma juventude livre, leve e solta pelas ruas da cidade. Onde durante o carnaval nos divertíamos na Rua do Comércio Nos blocos de rua. Não fomos santinhos, fizemos presepadas e eram delas que passamos a tarde às gargalhadas.

Foram esses velhinhos que criaram uma associação atípica no mundo a UCPM (União dos Conquistadores de Peniqueiras de Maceió). Éramos terrivelmente incorretos. Graças a Deus. Chamar as jovens empregadas domésticas de peniqueiras, hoje dá cadeia. Havia uma hierarquia entre os membros da UCPM. Entrava como soldado, à medida que o associado contava suas aventuras de conquistas das cheirosas empregadas domésticas, subia de posto. Um amigo chegou a Marechal. Esse orgulho da UCPM muitos anos depois tornou-se Ministro do Tribunal em Brasília. Essas e outras histórias foram recordadas com muita alegria na confraternização de ontem. Ao terminar, retornamos ao lar e nos trancamos novamente, o bicho ainda está solto.

Um bom ano novo a todos.


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