Quando se apagou a chama
E o nosso amor fracassou
Você sem pensar jogou
Meu sobrenome na lama.
A paixão ficou na cama
Acabrunhada e doente
Nos travesseiros da gente
Um sobre o outro colados
Respirando apaixonados
Desentendendo o presente.
Não entendem o presente
Porque são acostumados
A nos verem agarrados
Em um abraço envolvente.
Se de nós jorrava enchente
De suor, gozo em volume
Quando surgiu o ciúme
Restaram aos travesseiros
A presença de dois cheiros
Odorando um só perfume.
Se um único perfume
Perfumava a nossa cama
Nosso amor virou um drama
E o cheiro virou chorume.
Travesseiros sem queixume
Desconhecem nosso enredo
Não sabem que era cedo
Para eu chorando ceder
Se eu temia lhe perder
Te perdi perdendo o medo.